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Lula fala com Von der Leyen e pede Mercosul-UE ainda em 2025

Presidentes defenderam aprovação do acordo de livre comércio

Redação ANSA 05/09/2025
Lula fala com Von der Leyen e pede Mercosul-UE ainda em 2025
Lula e Ursula von der Leyen durante reunião em Bruxelas, na Bélgica, em 17 de julho de 2023 - Foto: ANSA/EPA

Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, conversaram por telefone nesta sexta-feira (5) e expressaram o desejo de avançar no acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia.
 
O diálogo ocorreu dois dias depois de o poder Executivo da UE ter aprovado o texto do tratado de livre comércio para enviá-lo a todos os Estados-membros.

"Excelente conversa com Lula hoje sobre nosso interesse mútuo em promover o Acordo UE-Mercosul. Este é um sinal importante da nossa forte parceria e do compromisso com o multilateralismo", escreveu Von der Leyen no X.

Já o Palácio do Planalto afirmou que a ligação durou cerca de 20 minutos, durante os quais Lula "saudou o envio do acordo Mercosul-União Europeia pela Comissão para aprovação pelo Conselho Europeu, como mais um passo importante para sua assinatura".

Além disso, o presidente manifestou expectativa de que o tratado "possa ser assinado no fim deste ano, durante a cúpula do Mercosul no Brasil".

"Lula também defendeu que qualquer regulamento sobre salvaguardas que seja adotado internamente pela UE esteja em plena conformidade com o espírito e os termos pactuados no acordo", acrescentou o Planalto.

A declaração faz referência ao documento adicional enviado pela Comissão Europeia aos países-membros, que estabelece proteções para produtores agropecuários do bloco, em meio aos temores sobre a concorrência com mercadorias mais baratas do Mercosul.

Essas salvaguardas incluem um mecanismo de intervenção rápida caso a UE verifique um crescimento anormal nas importações de produtos sul-americanos ou uma queda acentuada nos preços no setor no mercado europeu.

Além disso, Bruxelas vai criar uma reserva agrícola de 6,3 bilhões de euros para responder a eventuais "crises de mercado", enquanto a importação de carne bovina terá uma cota máxima de 99 mil toneladas por ano, o equivalente a 1,5% da produção no bloco.

Para ser aprovado, o tratado precisará do aval do Parlamento Europeu, por maioria simples, e do Conselho da União Europeia, órgão que reúne representantes dos 27 Estados-membros, por maioria qualificada. Neste último, será necessário obter o apoio de pelo menos 15 países, desde que eles representem no mínimo 65% da população do bloco.

"Diante do momento de incerteza e desestruturação do comércio internacional, a parceria entre os dois blocos regionais é ainda mais estratégica. O futuro acordo criará um mercado de mais de 700 milhões de pessoas e corresponderá a 26% do PIB global", reforçou o governo brasileiro.

Meio ambiente


Durante o telefonema desta sexta-feira, Lula e Von der Leyen também falaram sobre a COP30, e a líder europeia assegurou "apoio total" aos preparativos para a cúpula de Belém.

"Com a liderança do Brasil nos mercados de carbono, devemos fazer de Belém um verdadeiro marco para o planeta", declarou a alemã.

Já o presidente brasileiro "reafirmou que a COP30 será a COP da verdade, quando os líderes mundiais poderão refutar o negacionismo e apresentar compromissos concretos de transição para uma economia verde".