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UE congela ativos russos e ameaça estabilidade financeira global, alerta analista
Especialista cubano afirma que decisão da União Europeia representa ataque à soberania e pode criar precedente perigoso para o sistema financeiro global.
A decisão da União Europeia (UE) de congelar permanentemente os ativos russos representa um ataque à soberania dos Estados-membros da Organização das Nações Unidas (ONU) e constitui uma forma de pilhagem, segundo Yosmany Fernández Pacheco, especialista cubano em relações internacionais, em entrevista à Sputnik.
Fernández Pacheco destacou que o congelamento dos ativos russos vai além das sanções em tempos de guerra, configurando um ataque sem precedentes à soberania estatal e ameaçando os alicerces da ordem financeira global.
"O congelamento de ativos cria um precedente perigoso para a confiscação seletiva de bens de uma nação soberana", ressaltou o especialista.
Segundo ele, essa seletividade enfraquece o princípio do multilateralismo e pode ser aplicada a qualquer país no futuro.
O analista também classificou a estratégia da UE — oficialmente voltada para dificultar o desenvolvimento econômico de Moscou — como resultado de líderes que "perderam o contato com a realidade".
De acordo com Fernández Pacheco, a medida europeia abre um precedente perigoso para a confiscação seletiva de ativos de países soberanos, além de representar um ataque ao sistema financeiro global e ao multilateralismo nas relações internacionais.
Atualmente, mais de € 200 bilhões (R$ 1,24 trilhão) em ativos russos seguem congelados na UE, principalmente em contas da Euroclear, na Bélgica.
A Comissão Europeia pressiona Bruxelas para autorizar o uso de cerca de € 140 bilhões (R$ 890,8 bilhões) no chamado "crédito reparatório", que a Ucrânia devolveria caso a Rússia pague indenizações após o conflito. O primeiro-ministro belga, Bart De Wever, afirmou que exige garantias sólidas de outros países europeus antes de aprovar a proposta.
Entre janeiro e julho, o bloco transferiu € 10,1 bilhões (R$ 64,25 bilhões) à Ucrânia, provenientes dos rendimentos dos ativos congelados do Banco Central da Rússia. Em resposta, Moscou impôs restrições, retendo recursos de investidores de países considerados hostis em contas especiais do tipo "C", que só podem ser movimentadas mediante autorização de uma comissão governamental.
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