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Dólar tem dia instável pré-decisão do Fed e com mau humor interno
O dólar teve comportamento instável nesta quinta-feira, 8, e fechou em alta modesta, de 0,22%, aos R$ 3,7479. Após abrir descolado dos pares emergentes, em queda frente ao real, a moeda americana se alinhou ao cenário externo e chegou a tocar os R$ 3,76 no meio da tarde, para depois voltar a ter viés negativo, logo antes da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Já próximo do fechamento, a divisa reverteu a queda, mas fechou próxima da estabilidade.
Pela manhã, as sucessivas quedas que levaram o dólar aos R$ 3,71 ocorreram em meio a ingressos de fluxo comercial e estrangeiro. O patamar rapidamente atraiu compradores. Sem um noticiário doméstico forte o suficiente para sustentar a queda, a moeda passou a se alinhar aos demais emergentes. Lá fora, o dólar ganhou força globalmente: subia 0,55% frente ao índice DXY (às 17h35), que reúne uma cesta de moedas fortes, e mais de 1% em relação às divisas sul-africana, mexicana e turca.
A força da moeda americana está ligada principalmente à expectativa de que, a despeito de ter mantido a taxa dos funds inalterada, o aperto monetário continue a ocorrer em dezembro e em 2019 por parte do Fed. Essa percepção já foi sinalizada pela autoridade monetária, mas é reforçada pelas recentes declarações do presidente Donald Trump e da liderança Democrata – que ganhou maioria dos assentos da Câmara na eleição de terça-feira – na direção da aprovação de projetos de investimento em infraestrutura, o que dá mais força para a economia americana.
Internamente, contribuiu para o movimento um noticiário fraco e um mau humor interno após a aprovação, na quarta à noite, do reajuste de 16,38% aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Ao provocar uma reação em cadeia para as contas da União e dos Estados, a aprovação – a contragosto do presidente eleito Jair Bolsonaro – coloca incertezas sobre a sanidade das contas públicas para o próximo ano e a capacidade do próximo de governo de medir forças com o Congresso.
O mercado também trabalha em compasso de espera em relação aos nomes da equipe de Bolsonaro e as indicações em relação à Previdência, depois de primeiros sinais trocados da equipe do novo governo.
Autor: Barbara Nascimento
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