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Projeto inovador da Ressocialização promete mudar vida de mulheres encarceradas

26/02/2016
Projeto inovador da Ressocialização promete mudar vida de mulheres encarceradas
Projeto é inovador e irá propiciar mais oportunidade para mudança de vida de apenadas

Projeto é inovador e irá propiciar mais oportunidade para mudança de vida de apenadas

Há quatro anos surgia em Alagoas um projeto inovador para promover a reintegração dos reeducandos ao convívio em sociedade. Hoje as ações no Núcleo Ressocializador da Capital (NRC) foram  intensificadas e a unidade virou referência nacional, com baixos índices de reincidência criminal e um tratamento mais humanizado para os homens que cumprem pena no Sistema Prisional.

Pensando em agregar as mulheres dentro de um processo similar, o Governo de Alagoas, através da Secretaria da Ressocialização e Inclusão Social (Seris), está trabalhando para implantar o Núcleo de Respeito Feminino, seguindo as metas do Comitê Estadual da Política de Atenção à Mulher Presa e Egressa do Sistema Prisional, o primeiro a ter sua política aprovada no país.

A previsão é de que até o final deste ano os agentes penitenciários que irão atuar na nova unidade feminina sejam qualificados nos moldes do Módulos de Respeito de León, na Espanha, que inspiraram a criação do NRC. O modelo humaniza os procedimentos e exige avaliações diárias de comportamento, com obrigações profissionais e educativas para todos os apenados.

De acordo com a chefe do NRC, Geórgia Hilário, trata-se de uma ideia inovadora que irá propiciar mais oportunidade para mudança de vida das apenadas. “A antiga unidade do Presídio Santa Luzia será transformada em um novo espaço, onde iremos ofertar cursos profissionalizantes, ensino básico, médio e superior, além de biblioteca e sala de leitura, assim como no Núcleo Masculino”.

Regras

Entretanto, para fazer parte da futura unidade feminina, as reeducandas deverão demonstrar interesse e dedicação. Além de trabalhar e estudar, será preciso obedecer as regras para boa convivência, prezar pela solidariedade, organização e respeito perante os servidores penitenciários, além de executar com fidelidade as tarefas diárias para manter a ordem e a limpeza da unidade.

Para assegurar que os parâmetros sejam cumpridos, uma equipe multidisciplinar do Núcleo Ressocializador da Capital, formada por psicólogas, assistentes sociais, gerência de inteligência, gerência de segurança e chefia do prontuário de atendimento, iniciou esta semana um processo seletivo para avaliar o perfil das custodiadas que têm interesse em fazer parte do Núcleo Feminino.

A psicóloga da Seris Luisa Amorim afirma que o processo está sendo desenvolvido inicialmente por meio de entrevista. Dentre os critérios, são analisadas as perspectivas para o futuro, a relação familiar, situação sócio econômica e vida carcerária. “Queremos trazer o diferencial para um recomeço de vida, com respeito, oportunidade e uma convivência harmônica”, salienta.

Lindinalva de Jesus, com 20 anos e dois filhos, é uma das 45 reeducandas sentenciadas que buscam ingressar no Núcleo. “Assim que soube dessa oportunidade, procurei a gerência do Presídio Santa Luzia para participar do processo seletivo. Antes de ingressar na unidade, trabalhava com artesanato. Agora espero ser selecionada para retomar meu trabalho e também estudar”, revelou.