Pensando nas mulheres, que hoje é maioria no Brasil, o Ministério da Saúde  criou a Política Nacional de Saúde da Mulher. O programa de uma forma ampla trata não só das questões voltadas à saúde, mas, também, de um problema que tem afetado e preocupado os gestores públicos: a violência que continua fazendo suas vítimas.
Em Alagoas, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), por meio do Programa Saúde da Mulher, vem realizando uma série de ações junto aos municípios alagoanos, com a finalidade de reforçar a política, monitorando os serviços, capacitando os profissionais e dando suporte aos municípios nas ações voltadas para a mulher.
“A Política Nacional de Saúde da Mulher surgiu da necessidade das mulheres serem vistas de forma diferente. Por isso, o Ministério da Saúde decidiu que não poderia ser apenas um programa, mas uma política com um leque de atuação maior”, destaca a técnica do Programa de Saúde o Mulher, Carmem Nascimento.

Eixos Prioritários

A política é baseada em eixos prioritários, como o câncer de mama, que anualmente afeta mais de 300 mulheres; o câncer de útero, reprodução e a violência. Essa última é uma das mais preocupantes, tendo em vista que casos são registrados diariamente, mas são poucas as vítimas que denunciam o agressor, mesmo sendo informadas dos seus direitos assegurados pela Lei Maria da Penha.
Por isso, este ano, a questão será um dos destaques durante as comemorações do Dia Internacional da Mulher, que acontece neste domingo. A violência ainda é um dos problemas que mais têm chamado a atenção dos gestores públicos, uma vez que o agressor sempre é alguém próximo, como companheiro, namorado, esposo.
O Brasil está na relação dos dez países mais violentos. Mesmo com a implantação da Lei Maria da Penha e os avanços que ocorreram, algumas vítimas se negam a denunciar o agressor, devido ao grau de parentesco entre eles ou por dependerem financeiramente de seus algozes.
Para reduzir essa subnotificação dos casos de violência, as equipes do Programa Saúde da Família (PSF) são orientadas a verificar, nas residências, situações de agressão e orientar a vítima para procurar os meios legais para denunciar o agressor.
Nos últimos dois anos, a Sesau, através do Programa Saúde da Mulher, realizou capacitações nos municípios em relação às questões da gestação precoce, onde profissionais foram treinados para atuarem nesses casos, assegurando um pré-natal seguro e, também sobre as patologias que mais afetam as mulheres, como o câncer de mama e de útero.