Variedades
Armani fez história no cinema começando com 'Gigolô Americano'
Estilista italiano morreu nesta quinta-feira (4), aos 91 anos

O estilo de Giorgio Armani, que morreu nesta quinta-feira (4), aos 91 anos, ajudou a fazer história no cinema, começando com seus ternos icônicos usados de forma memorável por Richard Gere em "Gigolô Americano", de 1980.
Foi uma parceria que, ao longo das décadas, se transformou em uma verdadeira sinergia cultural, na qual moda e entretenimento se fundiram, refletindo elegância, poder, sensualidade e identidade.
Essa foi a aliança entre o mundo do cinema e o estilista, que, além do tapete vermelho onde vestiu legiões de estrelas, desenhou figurinos para algumas centenas de filmes, incluindo alguns de diretores italianos como Bernardo Bertolucci ("O Último Imperador"), Giuseppe Tornatore ("Uma Pura Formalidade") e Paolo Sorrentino ("A Grande Beleza").
Entretanto, tudo começou em 1980 com o cineasta Paul Schrader, com o filme "Gigolô Americano". Na época, Gere, como o jovem acompanhante Julian Kaye, usou ternos Armani que não foram apenas roupas, mas uma declaração de estilo: ombros macios e sem bojo, paletas neutras, tecidos fluidos que revelam o corpo.
O guarda-roupa do protagonista definiu o enredo. A sequência em que Kaye, sem camisa, escolhe jaquetas e dobra camisas sobre uma cama permaneceu icônica, marcando a estreia internacional do visual Armani apenas cinco anos após a fundação da marca.
O cinema, como o próprio Armani declarou no documentário de 20 minutos de Martin Scorsese, "Made in Milan", de 1990, sempre foi sua verdadeira paixão.
O estilista queria ser diretor: ele se viu desenhando figurinos para o palco. "Gigolô Americano", no qual ele descontrói o clássico terno formal, rígido e quadrado, marca o início da aventura: o italiano se torna o homem de Hollywood para transmitir elegância e autoridade na telona.
Depois de "Ruas de Fogo" (1984), Giorgio vestiu em 1987 os atores Sean Connery, Kevin Costner e Robert De Niro em "Os Intocáveis", de Brian De Palma, com ternos que transportavam a elegância de sua moda para a América proibicionista da década de 1930, um período que ele mesmo admitiu ser "o mais distante possível de sua visão como designer".
Então, em 1990, no filme "Os Bons Companheiros", de Scorsese, os ternos de Armani capturaram o lado sombrio do submundo criminoso de Nova York, retratado pelos mafiosos Joe Pesci, Ray Liotta e De Niro, enquanto que em "Miami Vice", a jaqueta clara de Dan Johnson usada sobre uma camiseta criou outro modelo para vestimenta casual.
Armani desenhou também o guarda-roupa usado por Cate Blanchett, jornalista da CBS no drama político "Truth", de 2015, e por Jodie Foster em "Elysium" (2013), filme de ficção científica ambientado em 2154, em uma estação espacial onde os trajes futuristas da malvada ministra da Defesa, Jessica Delacourt, são, como sempre para Armani, atemporais.
Seus figurinos sempre fizeram parte da narrativa: da sofisticação discreta de Missão Impossível - Protocolo Fantasma (2011) ao luxo exibido dois anos depois por Leonardo DiCaprio em "O Lobo de Wall Street".
O smoking branco de "Bastardos Inglórios", de Quentin Tarantino, usado pelo personagem de Brad Pitt (Aldo Raine) no tapete vermelho de uma estreia onde ele pretende assassinar Adolf Hitler, é inevitável: o objetivo era criar um visual chamativo e que se destacasse entre os outros trajes escuros, além de ressaltar o papel do galã como um diretor de cinema italiano disfarçado.
Depois, houve as colaborações com dois filmes do "Batman" da trilogia dirigida por Christopher Nolan. Em "Batman: O Cavaleiro das Trevas", de 2008, Armani vestiu Christian Bale, traduzindo a dupla personalidade do personagem (empresário refinado e justiceiro sombrio) em um guarda-roupa com a marca especial "Giorgio Armani para Bruce Wayne". Já em "Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge," de 2012, ele desenhou outros figurinos para Wayne, além de peças para Selina Kyle (Anne Hathaway) e o comissário Jim Gordon (Gary Oldman).
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