O clima de festa e cultura no Festival de Inverno de Palmeira dos Índios foi marcado, na noite do dia 18 de agosto, por um grave episódio que coloca em xeque a atuação da Guarda Municipal. O jovem Carlos Eduardo Santana dos Santos, de 24 anos, registrou boletim de ocorrência no CISP-1 contra agentes da corporação, acusando-os de agressão física, abuso de autoridade e coação.

Segundo o documento expedido pela Polícia Civil e encaminhado ao IML de Maceió para exame de corpo de delito, o jovem afirma ter sido imobilizado, algemado, agredido e humilhado em público. Em depoimento nas redes sociais, ele detalhou a violência sofrida:

“Quando comecei a gravar, tomaram o meu celular e me obrigaram a apagar o vídeo. Me bateram, me fizeram passar pela maior humilhação. Eu sou pai de família, trabalhador, nunca arrumei confusão com ninguém. Quero meu direito, já registrei o boletim e fiz o exame de corpo de delito”, declarou Carlos Eduardo.

O jovem relatou ainda que, diante de um princípio de confusão próximo a ele, tentou se afastar, mas foi contido com violência desnecessária:

“Falei que estava indo por vontade própria, não precisava me levar à força. Mesmo assim, me bateram por trás, me algemaram e tomaram meu celular. Só me liberaram depois de apagar o vídeo. Se eu tivesse errado, por que não deixaram a gravação existir? Por que me obrigaram a apagar?”, questiona.

Acusações graves

Carlos Eduardo acusa os agentes de abuso de poder e denuncia o comportamento “amostrado” de guardas jovens e despreparados:

“Enquanto os bandidos estão na rua, roubando e fazendo o que querem, um pai de família apanha e é humilhado na frente de todos. Isso é uma injustiça. Quero meu nome limpo e minha honra de volta.”

O jovem afirmou que já acionou a Justiça e pretende ingressar com processo contra a Guarda Municipal:

“Já registrei a ocorrência, fiz o exame, e no sábado vou me reunir com meu advogado para dar continuidade. Quero as gravações das câmeras e a apuração completa.”

Um episódio que exige respostas

As denúncias levantam questionamentos sérios sobre o preparo e os limites da atuação da Guarda Municipal em grandes eventos. Se confirmadas, as agressões configuram não apenas abuso de autoridade, mas também violação da dignidade humana e tentativa de silenciamento de provas.

A reportagem procurou o jovem para confirmar se gostaria de ver sua versão publicada. A resposta foi direta:

“Quero sim, quero que seja publicado. Quero meu direito respeitado.”

Próximos passos

Agora, caberá às autoridades policiais e ao Ministério Público investigar o caso, apurar responsabilidades e dar uma resposta à sociedade. Episódios como este não podem ser naturalizados em nome da “ordem pública”. O direito de ir e vir, de registrar abusos e de preservar a integridade física não podem ser violados por aqueles que deveriam zelar pela segurança.

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