Alagoas
Políticas públicas para agricultura familiar são discutidas em evento em Maragogi
Conferência realizada nesta terça-feira reuniu mais de 130 pessoas, entre população e gestores públicos, para debater soluções para o campo

Agricultores familiares, quilombolas, povos indígenas, povos tradicionais e gestores públicos ligados ao setor agrícola e de economia solidária se reuniram nesta terça-feira (12) para apresentar demandas e soluções para fortalecer a agricultura familiar em Alagoas.
Com mais de 130 participantes, o encontro ocorreu durante a primeira Conferência Territorial do Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário, realizada na sede da Coopeagro, em Maragogi, pela Superintendência de Alagoas do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA). Serão nove conferências territoriais nos municípios até o mês do novembro, quando ocorrerá o evento estadual.
O superintendente Gilberto Coutinho explicou que as discussões com os agricultores e produtores locais são uma preparação para a conferência nacional, marcada para março de 2026. O objetivo é apresentar ao Governo Federal os problemas enfrentados pela população do campo e como resolvê-los, a partir de sugestões dos próprios agricultores.
“A partir dessas conferências, vamos ter um conjunto de ideias e levantamentos das questões mais importantes da agricultura familiar e desenvolvimento sustentável para apresentar para o governo, para o Ministério do Desenvolvimento Agrário, de forma que ele encaminhe políticas que resolvam essas problemáticas e deem um norte para a construção de novas políticas públicas”, detalhou.
Uma das demandas apresentadas nesta terça, pela assentada Laudiceia Cruz, foi o incentivo à permanência do jovem no campo, além de ações que fortaleçam a geração de renda para mulheres agricultoras.
Ela integra a Associação dos Trabalhadores Rurais do Assentamento Dandara, em Maragogi e afirma que o grupo enfrenta grandes desafios. “O maior deles é a permanência da juventude. A gente está vendo os nossos pais envelhecendo e as nossas raízes indo embora. Outra ação que coloco como proposta é trazer de volta as feiras de agricultura familiar, que para as mulheres da reforma agrária e da zona rural é um divisor de águas”, defendeu.
A agricultora Adelma Maria Nunes, do pré-assentamento Bom Retiro, em Porto Calvo, destacou a necessidade de garantir terra, recursos, moradia e infraestrutura. A situação mais urgente, para ela, é a pavimentação das estradas. “A gente passou quase um mês sem vir na cidade. Às vezes faltava até uma coisa em casa, mas a gente suportava por causa da lama. Estrada aqui não tem. Então são essas coisas que a gente necessita para que a gente tenha uma vida melhor, de crescimento. Poder plantar o que a gente quiser plantar e colher”.
Participaram também da Conferência secretários municipais das cidades de Maragogi, Passo de Camaragibe, Matriz de Camaragibe e Porto Calvo, e representantes da Universidade Federal de Alagoas e do Instituto Federal de Alagoas.
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