Cidades
Palmeira dos Índios: 106 milhões recebidos da Águas do Sertão e a fatura será paga pelo povo com aumento a partir de setembro

Em 2021, a concessão dos serviços de água e esgotamento sanitário de Palmeira dos Índios foi vendida ao consórcio Águas do Sertão, gerando aos cofres do município mais de R$ 106 milhões . Até hoje, no entanto, não foi apresentada à população uma prestação de contas clara e detalhada sobre como esse montante foi utilizado — um silêncio que só aumentou a indignação dos moradores .
Pressão política e clamor por transparência
Em 10 de julho de 2025, a Câmara Municipal de Palmeira dos Índios aprovou por unanimidade o Requerimento nº 052/2025, de autoria do vereador Helenildo Neto, que exige da prefeitura esclarecimentos sobre o destino dos R$ 106 milhões. No plenário, o vereador ressaltou:
> “Esse dinheiro não pertenceu ao ex‑prefeito nem pertence a esta gestão. Pertence ao povo de Palmeira dos Índios.” .
O requerimento encaminhado à prefeita, ainda nao obteve respostas, segundo o vereador que deverá acionar o Ministério Público.
Impactos reais na população
Enquanto o dinheiro arrecadado segue sem explicação, os serviços de água permanecem precários. Comunidades como Riacho Santo, Monte Alto e Lagoa do Caldeirão enfrentam desabastecimento constante, com poços sem manutenção e dificuldades até para obter água potável.
Reajuste tarifário e penalização popular
Em 12 de agosto de 2025, foi confirmado que a tarifa de água será reajustada a partir de 11 de setembro, em todos os municípios do Bloco B atendidos pela Águas do Sertão — inclusive Palmeira dos Índios. Ou seja, o povo vai pagar por um serviço que continua falho e cujos recursos milionários sequer foram esclarecidos ou revertidos em melhorias tangíveis.
Resposta do Executivo
De um lado, há uma tentativa clara da prefeitura de preservar o contrato e a relação com a concessionária. Por outro, surgem sinais de insatisfação: em julho de 2025, a prefeita Luísa Júlia Duarte manifestou a possibilidade de suspender o alvará da Águas do Sertão por conta dos atrasos e baixa qualidade das obras de saneamento. Obras prometidas em poucos dias têm se arrastado por até 90, com reposições de pavimentação que “esfarelam”, segundo o secretário de Infraestrutura, porém a Águas do Sertão/CONASA ingressou com um mandado de segurança e garantiu a continuidade da obra e o resultado hoje é que as vias da cidade estão destruídas.
A equação agora é clara e dolorosa:
Recebemos R$ 106 milhões com a venda da concessão.
A população segue sem água regular, muitas vezes racionada e em condições indignas.
A prestação de contas não foi feita.
A tarifa sobe, mas o serviço não melhora.
A gestão busca alternativas, mas o legado da omissão ainda pesa sobre aqueles que mais sofrem.
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