Em cerimônia realizada na manhã desta quarta-feira (31), a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) celebrou a inauguração oficial do prédio do Observatório da Rede de Inovação para a Educação Híbrida (RIEH), instalado no Campus A.C. Simões, em Maceió. O evento reuniu autoridades do Ministério da Educação (MEC), do Governo de Alagoas, pesquisadores e representantes de núcleos da RIEH de diversos estados brasileiros.

A frente de honra foi formada pela secretária de Educação Básica do MEC, Kátia Schweickardt, representando o Ministério da Educação; o diretor de políticas e diretrizes da Educação Integral Básica do MEC, Alexandre do Nascimento Santos; o vice-governador de Alagoas, Ronaldo Lessa; o reitor da Ufal, Josealdo Tonholo; a vice-reitora Eliane Cavalcanti; o membro do Conselho Administrativo do NEES, Ig Ibert Bittencourt; o coordenador-geral da Rede de Inovação para a Educação Híbrida, Ibsen Mateus Bittencourt.

O Observatório é um espaço moderno e inovador, construído em tempo recorde, apenas 11 meses, e estruturado para análise, monitoramento e avaliação das práticas de educação híbrida em todo o país. O local também vai abrigar atividades de pesquisa e formação docente, com equipamentos de ponta e soluções acessíveis, como salas de amamentação integradas ao ensino. “É uma das obras mais robustas e modernas do Estado de Alagoas”, destacou Ibsen Bittencourt.

Durante sua fala, o professor Ibsen fez um resgate afetivo e simbólico de sua trajetória, homenageando seus pais, professores aposentados da rede pública estadual, e agradecendo à esposa, à equipe do Nees e aos estudantes da Ufal que ajudaram a tornar o projeto realidade. Para ele, a educação híbrida representa muito mais que a combinação entre o presencial e o on-line: “Trata-se de um novo ecossistema educacional, integrado por dimensões humanas, digitais, físicas e territoriais, que reconfigura os tempos, espaços e papéis da escola a partir das realidades dos nossos estudantes,” ressaltou o coordenador da RIEH.

O coordenador também explicou que a RIEH, presente em 23 estados e no Distrito Federal, é sustentada por quatro grandes pilares: a instalação de núcleos de inovação (42 já implantados); a oferta de formação continuada para professores; o desenvolvimento de soluções tecnológicas de apoio à prática docente; e o monitoramento das experiências híbridas por meio do Observatório. “A RIEH é uma política pública que busca intencionalidade, equidade e inovação. Não é apenas uma estratégia pedagógica, mas uma proposta de transformação educacional para o país”, afirmou.

Entre os marcos legais citados, Ibsen destacou o Decreto nº 12.391/2025, que reconhece a RIEH como parceira dos entes federativos no âmbito do Pacto Nacional pela Recomposição das Aprendizagens. O artigo 21 do decreto estabelece o apoio da Rede às ofertas educacionais nos territórios em situação de vulnerabilidade ou emergência.

O reitor Josealdo Tonholo celebrou os frutos da parceria entre a Ufal e o MEC, ressaltando que o Nees, que abriga a RIEH, também lidera iniciativas como o programa Pé-de-Meia e o projeto Tela Brasil. “São ações que formam um ecossistema necessário para a qualidade da educação que queremos. Temos orgulho de sermos referência nacional e internacional, com pontos presenciais em Oxford e Harvard, além da Cátedra Unesco em Tecnologias Desplugadas”, afirmou Tonholo.

Já o vice-governador Ronaldo Lessa relembrou sua gestão à frente do Governo de Alagoas, destacando os esforços na alfabetização de jovens e adultos e a importância da tecnologia como instrumento de democratização da educação. “Ver essa estrutura à disposição da educação pública é motivo de imensa alegria. Precisamos garantir as conquistas da Constituição de 1988, principalmente o direito à educação. Esse momento é simbólico quando celebramos 40 anos da redemocratização do país”, afirmou.

A secretária Kátia Schweickardt emocionou a plateia ao propor uma homenagem a todos os professores da educação básica, usando como símbolo os pais de Ig Ibert e Ibsen Bittencourt, ambos professores aposentados. “Olhando os pais aqui presentes e onde os filhos chegaram, podemos perceber a potência da educação. A educação básica e o ensino superior, quando trabalham juntos, formam uma sinergia potente, moderna e transformadora. O que vivemos aqui é um marco na política pública educacional brasileira”, disse.

Curso de especialização

Ainda nesta quarta-feira (31), no período da tarde, aconteceu a aula inaugural do curso de especialização em Gestão da Escola Pública de Ensino Médio (Gepem), promovido pela RIEH em parceria com o MEC, Ufal, Capes e a Universidade Aberta do Brasil. O curso foi transmitido pelo canal do MEC no YouTube e faz parte da Política Nacional de Ensino Médio. A meta é formar 40 mil diretores e coordenadores pedagógicos das escolas públicas estaduais em todo o Brasil, com foco na melhoria da qualidade educacional.

Sobre a RIEH

A Rede de Inovação para a Educação Híbrida foi desenvolvida pelo Nees/Ufal a partir de 2022, em parceria com o Ministério da Educação. Seu objetivo é apoiar técnica e tecnologicamente os sistemas de ensino para ampliar as estratégias de implementação da educação híbrida na rede pública. Os núcleos de inovação já entregues contam com infraestrutura de ponta, como câmeras robóticas, notebooks, ilhas de edição e kits audiovisuais, permitindo a produção de conteúdos diversos por professores e estudantes. Além disso, a Rede desenvolve soluções para ampliar o acesso à educação em contextos desafiadores, como em áreas rurais, ribeirinhas ou atingidas por calamidades públicas.

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