Internacional

Inquérito sobre voo da Air India se volta contra comandante

Sumeet Sabharwal é suspeito de ter desligado fluxo de querosene

Redação ANSA 17/07/2025
Inquérito sobre voo da Air India se volta contra comandante
Destroços de avião da Air India em Ahmedabad - Foto: © ANSA/EPA

As investigações sobre a queda de um avião da Air India que matou 260 pessoas em Ahmedabad, em 12 de junho, se voltam agora para o comandante do voo, Sumeet Sabharwal, suspeito de ter desligado de propósito os dispositivos que controlam o fluxo de combustível para as turbinas logo após a decolagem.

Um relatório preliminar divulgado pela Agência Indiana de Investigação de Acidentes Aéreos revelou que um dos pilotos perguntou ao outro por que ele havia cortado o abastecimento de querosene, enquanto o segundo respondeu que não havia feito nada.

O documento não indica quem teria dito o que, mas informações obtidas pelo diário americano The Wall Street Journal apontam que Sabharwal, veterano comandante de 56 anos, teria desligado os interruptores.

"Por que você cortou o fornecimento de combustível?", perguntou o copiloto Clive Kunder, 32, segundo o WSJ. Sabharwal então responde calmamente que não tinha feito nada. Os interruptores foram religados em questão de segundos, porém era tarde demais: com a súbita perda de potência nos motores em plena decolagem, o avião caiu sobre um alojamento de estudantes de medicina e matou 241 das 242 pessoas a bordo, além de 19 indivíduos em solo.

Kunder tinha o comando do avião e provavelmente estava com as mãos ocupadas no início do voo, enquanto Sabharwal é quem teria as mãos livres para desativar o fornecimento de combustível. O relatório das autoridades indianas, no entanto, ainda não aponta causas definitivas para o acidente e não descarta a possibilidade de uma falha técnica nos interruptores.

A Federação dos Pilotos da Índia pediu para o governo ampliar as investigações sobre possíveis problemas mecânicos no Boeing 787-8 Dreamliner e demonstrou preocupação com o relatório preliminar, que não teria explorado "de modo convincente" possíveis avarias documentadas em acidentes anteriores.