Cidades

Motorista por aplicativo confessa que forjou sequestro e incêndio para fraudar seguro em Maceió

Josivaldo dos Santos será indiciado por estelionato e falsidade ideológica após admitir que incendiou o próprio carro para receber R$ 50 mil

Caio Dyogo 17/07/2025
Motorista por aplicativo confessa que forjou sequestro e incêndio para fraudar seguro em Maceió
Foto: Reprodução

A Polícia Civil de Alagoas revelou nesta quinta-feira (17), durante coletiva de imprensa, que o motorista por aplicativo Josivaldo dos Santos inventou ter sido sequestrado e queimado vivo em uma tentativa de latrocínio. Na verdade, segundo a investigação, o homem forjou todo o crime para tentar receber o valor de R$ 50 mil referente a uma apólice de seguro do veículo, que ele mesmo incendiou.

De acordo com o delegado-geral Gustavo Xavier, a versão apresentada por Josivaldo no início das investigações foi desmontada após diversas diligências e confrontos de informações. “Ao invés de uma tentativa de latrocínio, o que aconteceu na verdade foi uma fraude para recebimento de valor de seguro”, afirmou.

O delegado Igor Diego, responsável pela apuração do caso, explicou que o próprio motorista comprou o combustível e ateou fogo no carro propositalmente. “Ele inventou tudo: que tinha sido sequestrado, vendado e levado para um canavial. Mas o plano era destruir o veículo e acionar o seguro”, relatou.

No último dia 12, Josivaldo deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Benedito Bentes com queimaduras provocadas por líquido inflamável. Na ocasião, ele disse aos policiais que foi abordado por três homens enquanto estava parado em um ponto de ônibus no Conjunto Aprígio Vilela, em Maceió. Segundo a versão inicial, os supostos criminosos o teriam sequestrado, jogado combustível e ateado fogo.

A farsa foi desmascarada após os delegados perceberem diversas contradições no depoimento. O delegado João Marcello explicou que, ao ser confrontado com as evidências, o motorista confessou o plano fraudulento. “Ele estava em dificuldades financeiras, com o veículo sob mandado de busca e apreensão, e devendo a vários bancos. Como solução, teve a ideia de forjar tudo”, afirmou.

Josivaldo será indiciado pelos crimes de estelionato, comunicação falsa de crime e falsidade ideológica. O veículo incendiado tinha parcelas atrasadas e já havia sido alvo de ordem judicial de apreensão pelo banco financiador.

O delegado ainda destacou que o acusado se queimou de forma acidental durante o incêndio: “As chamas se voltaram contra ele, atingindo rosto, braços e pernas. Foi nesse momento que ele decidiu sustentar a narrativa falsa”, concluiu. A seguradora foi acionada no mesmo dia do ocorrido, mas não chegou a efetuar o pagamento. O caso segue agora para o Ministério Público.