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Faixas escuras em Marte podem não ser sinal de água como pensado antes, aponta novo estudo (IMAGENS)

Cientistas têm trabalhado arduamente para tentar viabilizar uma viagem e, no futuro, um centro de pesquisa no Planeta Vermelho. Mas compreender a relação de Marte com a água seria um ponto-chave nesta busca.
Nossa compreensão sobre Marte e sua antiga habitabilidade está profundamente ligada ao entendimento da água em sua história. Embora hoje o planeta seja frio e seco, há evidências de que foi quente e úmido no passado. A descoberta de faixas escuras em encostas marcianas, que pareciam fluxos sazonais de água, gerou entusiasmo na comunidade científica, levantando a possibilidade de que essas marcas fossem sinais de água subterrânea ainda presente.
Essas faixas foram chamadas de Linhas de Encosta Recorrentes (LSR, na sigla em inglês), pois surgem e desaparecem sazonalmente nos mesmos locais, podendo se estender por centenas de metros. A hipótese inicial era de que essas formações poderiam indicar a presença de água líquida ou salmouras, o que teria implicações significativas para a habitabilidade atual de Marte e para a existência de vida microbiana.

No entanto, uma nova pesquisa publicada na Nature Communications por Valentin Bickel e Adomas Valantinas, concluiu que essas estrias não estão relacionadas à água. O estudo analisou tanto as LSR quanto outras estrias de encosta, que desaparecem ao longo de anos, e argumenta que ambas são formações secas, sem envolvimento de processos aquosos.
Os pesquisadores criaram um extenso catálogo com cerca de 500.000 faixas, divididas entre escuras (mais recentes) e claras (mais antigas). A análise permitiu comparar essas formações com dados sobre temperatura, vento, hidratação e outros fatores ambientais, buscando padrões que explicassem sua origem.
A partir dessa análise, os autores descartaram hipóteses anteriores como redemoinhos de poeira, quedas de rochas e ciclos térmicos como causas principais. Além disso, não encontraram evidências que sustentassem a formação por água líquida, como a orientação específica das encostas ou a presença de geada de gás carbônico (CO₂) como gatilho.
Por outro lado, o estudo encontrou correlações estatísticas que apoiam a formação seca das faixas. Elas tendem a ocorrer próximas a locais de impacto recente, em áreas com ventos mais fortes e maior deposição de poeira durante o inverno do hemisfério norte, o que coincide com sua intensificação sazonal.
Essas descobertas têm implicações importantes para futuras missões a Marte. Se as faixas fossem úmidas, haveria risco de contaminação por microrganismos terrestres, exigindo medidas rigorosas de proteção planetária. Como são secas, esse risco é reduzido, facilitando a exploração de regiões onde essas formações ocorrem.
Ainda segundo os autores, o grande diferencial da pesquisa foi o uso de big data, essencial para revisar hipóteses e entender melhor os processos atuais em Marte, o que reforçou a imagem de Marte como um ambiente árido e desértico.
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