Política

O fio do novelo foi puxado: rachadinhas em Câmaras Municipais começam a desmoronar em Alagoas

Redação com informações do Blog Kléverson Levy 27/04/2025
O fio do novelo foi puxado: rachadinhas em Câmaras Municipais começam a desmoronar em Alagoas

A Operação Falácia, deflagrada recentemente pela Polícia Federal, não é apenas mais um capítulo na longa história de escândalos políticos em Alagoas — é o início do fim para uma prática criminosa institucionalizada: a famigerada rachadinha nos legislativos municipais.

Como revela o Blog Kléverson Levy em matéria publicada neste sábado (27), o afastamento do vereador Siderlane Mendonça (PL) representa apenas a ponta do iceberg. O esquema desvendado mostra que servidores comissionados eram obrigados a devolver parte dos seus salários ao político que os nomeava — uma prática criminosa que, ao que tudo indica, ocorre de maneira disseminada em várias Câmaras Municipais de Alagoas.

Mas o esquema é ainda mais profundo e perverso. A prática das rachadinhas ultrapassa as paredes dos gabinetes legislativos e se espalha também para prestadores de serviço terceirizados, pagos pelo Executivo Municipal em diversos municípios alagoanos. Esses prestadores, muitos deles contratados sob a indicação de vereadores, também são forçados a "rachar" seus salários, devolvendo parte significativa do que recebem. O mais grave: a grande maioria desses trabalhadores fantasmas sequer presta qualquer serviço real ao município. São nomes na folha de pagamento — fantasmas que alimentam esquemas de enriquecimento ilícito às custas do dinheiro público.

Trata-se de corrupção explícita, crimes eleitorais, desvio de recursos e lavagem de dinheiro — um sistema que há anos se consome nas chamadas "casas do povo" e, agora se confirma, também infiltra as estruturas do Executivo municipal.

A Operação Falácia deixou claro que essa prática vai muito além de um único gabinete ou de um único município. É um modelo corrompido de financiamento político que precisa ser desmontado em todas as suas camadas. A pergunta que se impõe agora é: quando será a próxima fase dessa operação? A sociedade exige respostas rápidas e efetivas. Não basta apenas prender a ponta do esquema — é preciso puxar o fio até desenrolar todo o novelo da corrupção entranhada nos legislativos e prefeituras.

Conforme já alertado pelo Blog Kléverson Levy, a PF vinha mapeando os bastidores políticos em Alagoas e monitorando movimentações suspeitas. As investigações avançaram silenciosamente e agora começam a emergir com força total.

O estopim foi acionado. O que virá a seguir poderá abalar ainda mais estruturas que se julgavam inatingíveis. Afinal, política se faz com representatividade, não com extorsão de salários públicos.

A sociedade alagoana está atenta. E, dessa vez, não aceitará operações sem desfecho. A limpeza começou — que venha logo a próxima fase.