O outrora "imperador" de Palmeira dos Índios, Julio Cezar, parece ter trocado o galope do ganso pelo grasnado do pato. Após comandar por oito anos uma prefeitura com orçamento de R$ 500 milhões anuais e continuar ditando as normas com a tia marionete, o ex-prefeito aceitou o convite do governador Paulo Dantas para assumir uma das secretarias mais simbólicas (e esvaziadas) do Governo de Alagoas: a Secretaria de Relações Federativas e Internacionais.

Segundo matéria publicada pelo portal Repórter Nordeste, a pasta é desprezada por deputados, raramente lembrada nas rodas de poder, e conta com um modesto orçamento de R$ 7,1 milhões ao ano — o que equivale a meros R$ 591 mil por mês, quantia insuficiente para bancar sequer a vaidade de quem já foi rei em seu próprio feudo.

De cetro na mão ao contra-cheque modesto

Julio Cezar, que até dezembro diretamente e hoje através da tia controlava escolas, creches, shows, obras e redes sociais com mão firme — e ego inflado —, agora terá como missão articular relações... com quem aceitar conversar. A nova secretaria é uma espécie de "embaixada de Alagoas sem passaporte e sem verba de representação", como brincam analistas políticos da capital.

No fundo, o movimento é visto por muitos como um prêmio de consolação dourado, ou um retiro estratégico para quem precisa continuar em cena, mas está sem palco, sem plateia e — pelo visto — sem microfone ligado.

“É como sair de um banquete para uma marmita fria. Mas pelo menos ainda tem cadeirinha de gabinete e ar-condicionado”, ironizou um aliado sob reserva.

O pato que grasna mas não nada

A nomeação está marcada para o dia 28 de abril e, até lá, a especulação nos bastidores é sobre o real objetivo da nomeação: se é manter Julio longe da oposição local, se é um agrado do grupo de Renan Calheiros que o deseja candidato a federal ou se é mesmo só vaidade pessoal, como se diz nos bastidores da Assembleia.

Entre risos discretos e memes nas redes, o sentimento geral é de que Julio trocou o Império pela diplomacia de almanaque.

Tribuna do Sertão acompanha

A Tribuna do Sertão, que desde sempre acompanhou a ascensão do ex-prefeito, agora observa sua transição do trono municipal para uma cadeira lateral no Palácio República dos Palmares. De ganso a pato, como diria o povo: ainda político, mas com menos pompa, menos verba... e muito mais silêncio.