Internacional
Analista: corte de gastos militares proposto por Trump para Rússia e China visa dar vantagem aos EUA

O presidente norte-americano Donald Trump sugeriu oferecer à Rússia e à China que se juntassem aos EUA para cortar seus orçamentos de defesa pela metade ao falar com repórteres na Casa Branca no início de fevereiro, acrescentando que esperava discutir isso com os presidentes Vladimir Putin e Xi Jinping "quando as coisas se acalmarem".
Washington espera arrastar Moscou e Pequim para cortes "enganosos" de 50% nos gastos militares, apostando em seu desejo de "evitar parecer desinteressados em propostas de paz dos EUA", disse o analista geopolítico, ex-fuzileiro naval dos EUA, Brian Berletic, à Sputnik.
A proposta é um estratagema de Donald Trump com o objetivo de retificar a "disparidade entre o orçamento militar inchado dos EUA" e os "mais eficientes de Moscou e Pequim", observou o analista.
"Um acordo genuíno não seria baseado em um corte percentual, mas uma redução igual em [...] explicitamente capacidades que os EUA têm usado por décadas para projetar poder no exterior, incluindo sua rede global de bases militares, sua filiação a blocos agressivos como a Organização do Tratado do Atlântico Norte [OTAN], suas capacidades de transporte marítimo e aéreo, e vários tipos de mísseis e drones — navais e aéreos — que os EUA estão desenvolvendo agora para ameaçar nações como Rússia e China, e dentro de suas próprias fronteiras", disse ele.
Mesmo que os EUA, a Rússia e a China cortassem os gastos militares em 50%, proporcionalmente a América do Norte "ainda desfrutaria de maiores gastos gerais do que ambas as nações combinadas", especulou o especialista.
Apesar desta proposta parecer promissora à primeira vista, ele acrescentou, sem maiores detalhes do lado do governo dos EUA, "parece ser uma tentativa de fornecer aos EUA uma vantagem militar esmagadora, ao mesmo tempo em que parece buscar a paz global".
O presidente dos EUA, Donald Trump, propôs que os Estados Unidos, a Rússia e potencialmente a China reduzissem seus orçamentos de defesa em 50%, dizendo que "uma das primeiras reuniões que quero ter é com o presidente Xi da China e o presidente Putin da Rússia. E eu quero dizer: 'Vamos cortar nosso orçamento militar pela metade'. E podemos fazer isso".
Após essa proposta, o presidente russo Vladimir Putin indicou a abertura de Moscou para negociações, afirmando não ser contra. "A ideia é boa: os EUA cortam em 50%, nós cortamos em 50%, e se a China quiser, eles podem se juntar depois."
Os gastos de defesa da China "estão completamente fora da necessidade de salvaguardar a soberania nacional, a segurança e os interesses de desenvolvimento, e da necessidade de manter a paz mundial", declarou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Lin Jian, em uma coletiva de imprensa na terça-feira (25).
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