Cidades

Câmara de Vereadores faz manobra e antecipa eleição da Mesa Diretora em sessão relâmpago

Presidente Madson Monteiro "atropela" o regimento e impõe reeleição antecipada sem debate

Redação 21/02/2025
Câmara de Vereadores faz manobra e antecipa eleição da Mesa Diretora em sessão relâmpago

A Câmara de Vereadores de Palmeira dos Índios protagonizou mais um episódio digno de repúdio na condução dos trabalhos legislativos. Convocada às pressas na noite de ontem, dia 20, uma sessão extraordinária foi realizada hoje (21) para, supostamente, votar a primeira apreciação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), pendente desde 2024. No entanto, o que se viu foi um verdadeiro golpe parlamentar conduzido pelo presidente da Casa, Madison Monteiro, que aproveitou a oportunidade para convocar, de forma sorrateira, uma nova sessão extraordinária, com um objetivo até então desconhecido por parte dos próprios parlamentares: a antecipação da eleição da Mesa Diretora para o biênio 2027-2028.

A manobra, digna dos bastidores mais obscuros da política, pegou de surpresa parte dos vereadores, enquanto outros já pareciam estar cientes do plano, mas silenciaram diante do atropelo regimental. O chamado G11, grupo majoritário na Casa, apesar da aparente surpresa, não teve muito o que fazer, pois nos bastidores já era sabido que boa parte deles tinha conhecimento prévio da jogada de Madson Monteiro para se garantir na presidência por mais um mandato.

O resultado da articulação foi a eleição de chapa única, encabeçada pelo próprio Madson Monteiro, tendo Gileninho Sampaio como vice, Maxwell Feitosa como primeiro secretário e Jânio Marques como segundo secretário. A votação registrou 11 votos favoráveis contra apenas dois, os dos vereadores Fabiano Gomes e Helenildo Ribeiro Neto, que tentaram resistir à imposição, mas foram minoria. Helenildo Ribeiro Neto, indignado, denunciou a falta de convocação prévia para a votação, apontando a irregularidade e a falta de transparência no processo.

Legislativo municipal a serviço dos interesses próprios


A sessão relâmpago expõe o que há de pior na política municipal: a falta de compromisso com a transparência, a manipulação das regras do jogo e o uso da estrutura legislativa para perpetuação no poder. A antecipação da eleição da Mesa Diretora com tamanha pressa não tem justificativa plausível, a não ser o medo de que o cenário político mude nos próximos anos e que Madson Monteiro perca o controle sobre a Casa.

A votação da LDO, que deveria ser a real prioridade da sessão extraordinária, ficou em segundo plano, mais uma vez demonstrando o descompromisso da Câmara de Vereadores com os interesses da população. Desde 2024, a matéria aguardava apreciação, mas apenas agora foi colocada em pauta, sendo usada como cortina de fumaça para encobrir uma reeleição antecipada orquestrada nos bastidores.

Uma Câmara que não representa o povo, mas sim seus próprios interesses


O que aconteceu hoje na Câmara de Vereadores de Palmeira dos Índios é um triste reflexo do que a política local tem se tornado. Um Legislativo que deveria atuar em prol da população, fiscalizando o Executivo e garantindo transparência nas decisões orçamentárias, se transforma em um palco de manobras, onde a prioridade é a manutenção do poder a qualquer custo.

A população, mais uma vez, assiste de mãos atadas a um jogo de cartas marcadas, onde os interesses do povo são apenas um detalhe diante dos acordos políticos de gabinete. A pergunta que fica é: até quando os vereadores de Palmeira dos Índios continuarão legislando em benefício próprio, ignorando os princípios básicos da democracia e da ética pública?