Cidades
Prefeito de Palmeira dos Índios abusa de poder e silencia sua candidata no Guia Eleitoral; Justiça suspende inserção de “Tia Júlia”

A postura do prefeito de Palmeira dos Índios, Júlio Cézar da Silva, nesta eleição de 2024, foi condenada pela Justiça Eleitoral após ele, de maneira autoritária e antidemocrática, protagonizar o guia eleitoral de sua tia, a candidata à prefeitura, Luísa Júlia Duarte. A decisão louvável no processo n.º 0600202-92.2024.6.02.0010 tramitante na 10ª Zona Eleitoral de Palmeira dos Índios, proferida pelo juiz Ewerton Luiz Chaves Carminati, expôs a clara violação da legislação eleitoral e proibiu a continuidade da prática.
O caso é emblemático e evidencia uma tentativa desesperada do atual prefeito de manter o controle político, utilizando-se de seu poder de influência para suprimir a participação efetiva de sua tia, a legítima candidata. Em um ato que afronta os princípios democráticos, Júlio Cézar ocupou o guia eleitoral indevidamente em 100% do tempo destinado à candidata em uma inserção de 56 segundos no rádio, deixando-a completamente silenciada.
A decisão judicial ressaltou que o prefeito ultrapassou o limite de 25% permitido por lei para a participação de apoiadores em propagandas eleitorais, configurando um claro abuso de poder. A Justiça, em resposta a essa manobra, determinou que Júlio Cézar e sua coligação "Palmeira Não Pode Parar" se abstenham de repetir essa conduta, sob pena de multa diária de R$ 5.000,00.
Esse episódio não só mancha a campanha de Luísa Júlia Duarte, como também levanta sérias dúvidas sobre a capacidade da candidata de conduzir uma administração independente, caso eleita. A figura de Júlio Cézar, ao invés de ser um apoio, se apresenta como uma sombra dominadora, que, ao calar sua tia, mostra que o verdadeiro candidato em questão é ele mesmo.
A população de Palmeira dos Índios merece uma campanha limpa, onde os candidatos possam expressar suas ideias e propostas de forma livre e justa. A atitude de Júlio Cézar, entretanto, demonstra um desrespeito profundo pelo processo democrático e pelas leis eleitorais, colocando em xeque a integridade de sua administração e de sua coligação.
Diante dessa decisão, fica evidente que o poder não pode ser usado como ferramenta para manipular a vontade popular. A Justiça Eleitoral agiu com firmeza para garantir que as regras sejam respeitadas, mas o estrago na imagem de Júlio Cézar já está feito. A questão que permanece é: como a cidade de Palmeira dos Índios pode confiar em uma candidatura que nasce manchada por atos de autoritarismo e desrespeito à democracia?
A resposta, cabe agora ao eleitorado.
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