Internacional

Com resistência do México, Brasil e Colômbia discutem estratégia conjunta para crise na Venezuela

Existe expectativa de que ocorra, ainda nesta semana, uma conversa telefônica entre Lula e Petro

Agência O Globo - 14/08/2024
Com resistência do México, Brasil e Colômbia discutem estratégia conjunta para crise na Venezuela
Maduro - Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Arquivo Agência Brasil

Com a resistência do México em avançar, junto com Brasil e Colômbia, na mediação entre o presidente Nicolás Maduro e a oposição venezuelana, as gestões Lula e Gustavo Petro buscam agora uma estratégia conjunta para enfrentar a crise.

Diz oposição: Com medidas para limitar redes sociais, Maduro quer transformar Venezuela em ‘Coreia do Norte do Caribe’

Repressão: Escritório de Direitos Humanos da ONU denuncia 'detenções arbitrárias' e 'clima de medo' na Venezuela após a eleição

Existe a expectativa de que ocorra, ainda nesta semana, uma conversa telefônica entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e o colombiano Gustavo Petro.

Nesta quarta-feira, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, embarcará para Bogotá. Vieira vai se reunir com o chanceler colombiano, Luis Gilberto Murillo, para discutir formas de abrir um canal de diálogo entre Maduro e o diplomata Edmundo González.

Assim que Maduro foi declarado o vencedor do pleito pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), o país mergulhou em um cenário de crise, com milhares de prisões de opositores e mortes de manifestantes. A oposição e parte da comunidade internacional afirmam que houve fraude na eleição e dizem que quem venceu foi González.

Depois disso, Brasil, Colômbia e México entraram numa negociação tripla tendo como principal bandeira a entrega das atas das eleições pelo CNE. Essas atas são documentos detalhados das urnas, que permitem a validação da eleição.

Violência: Protestos após eleições na Venezuela deixaram 25 mortos e 192 feridos, diz procurador

Desde a semana passada, porém, México emite sinais de hesitação. Conforme mostrou O GLOBO, o governo brasileiro percebia uma incômoda lentidão nas repostas dos mexicanos. Essa "hesitação" se deve ao fato de, a partir de 1º de outubro, Manuel López Obrador será substituído por Claudia Sheinbaum na presidência do país.

Na última segunda-feira, Sheinbaum declarou que a crise na Venezuela "não se aplica a nós". Ao afirmar que não vai se envolver, a futura presidente do México indicou estar tirando o corpo fora. No mesmo dia, Obrador descartou uma conversa com seus homólogos do Brasil da Colômbia, sob o argumento de que é preciso esperar a decisão da Justiça venezuelana.

Brasil e Colômbia mantêm sua posição de exigir as atas eleitorais, para que fique comprovado quem venceu a eleição no país. A ideia do assessor para assuntos internacionais do Palácio do Planalto, Celso Amorim, de ser realizada uma nova eleição na Venezuela, é embrionária e não está sobre a mesa neste momento.