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Bruce Dickinson, do Iron Maiden, desabafa: ‘Talvez não nos desafiemos artisticamente porque temos seguidores devotados’

Comparando os fãs da banda a ‘uma torcida de futebol’, músico disse acreditar que o público se contenta ‘com a maneira com que somos’ e não quer mudanças

Agência O Globo - 30/05/2024
Bruce Dickinson, do Iron Maiden, desabafa: ‘Talvez não nos desafiemos artisticamente porque temos seguidores devotados’

Que os ingleses do Iron Maiden têm alguns dos fãs mais fiéis de todo o rock, qualquer pessoa que conheça minimamente a banda sabe. A novidade é que, segundo o vocalista Bruce Dickinson disse recentemente ao site The Big Issue, isso lhe causa preocupações de que a banda possa não estar se desafiando artisticamente na hora de compor, justamente para atender a esse fã-clube que se assemelha a uma torcida de futebol.

— Os fãs do Iron Maiden estão em outro nível — disse ele. – É algo para a vida inteira. Não torço um time, mas vejo com espanto a forma como os torcedores reagem. E não acho que haja uma palavra para o nível de comprometimento e devoção que as pessoas têm por um clube de futebol. E as pessoas têm o mesmo nível de devoção ao Iron Maiden.

E aí, considerando como as expectativas dos fãs podem interferir no desenvolvimento criativo da banda, o músico acrescentou:

— Parte de mim diz, ‘uau’, isso é incrível. A minha metade artística se preocupa que talvez não nos desafiemos artisticamente porque temos seguidores devotados, e eles estão felizes com a maneira como somos.

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Ainda na entrevista, o cantor ( que esteve no Brasil este ano para fazer shows solo) disse que “uma razão para fazer discos solo é ir além do que você pode fazer emocionalmente e sair da linha do bonde”:

— As linhas do bonde são ótimas. Elas são bastante amplas, mas existem.

Em 2022, quando o Iron Maiden foi a grande atração do “dia do metal” do Rock in Rio, Bruce Dickinson louvou o papel da banda no cenário moderno do rock:

— Nós não somos bonitos, nunca fomos. Nós somos cães velhos, somos seis garotos ingleses feios com mais de 60 anos fazendo grande música. O mundo hoje é tão estranho, com as mídias sociais e os influencers... Mas eu não acho que eles tenham tanta influência quanto eles acham que têm. Para eles, tudo é “eu, eu, eu, eu, eu”. E, no mundo do metal, tudo é nós, o público. O que fazemos é todo focado no que o público quer, não tem narcisismo. As pessoas pagam para ver algo real.