Internacional
Putin pede aos russos que votem em eleição presidencial em 'compreensão ao momento difícil' do país
Presidente tem vitória assegurada no pleito, que ocorre entre os próximos dias 15 e 17, e deverá seguir à frente do país por mais seis anos
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, pediu nesta quinta-feira aos russos que votem durante um "período difícil" para o país. O apelo ocorre poucas horas antes do início das eleições presidenciais, que acontecerão entre 15 e 17 de março — sem qualquer candidato de oposição e em plena ofensiva contra a Ucrânia. No poder há mais de duas décadas, Putin tem a vitória assegurada, que lhe garantirá mais um mandato de seis anos.
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O Kremlin também afirma que a votação mostrará que a sociedade, cada vez mais cansada com o conflito e preocupada com problemas internos, apoia a ofensiva na Ucrânia. Em um discurso transmitido pela televisão estatal russa, o líder russo pediu que seus cidadãos fossem às urnas e "expressem sua posição cívica e patriótica".
— Estou convencido de que compreendem o período difícil que o nosso país atravessa, os difíceis desafios que enfrentamos em praticamente todas as áreas — disse Putin, insistindo: — Peço que compareçam para votar e expressem a sua posição cívica e patriótica, que votem no candidato de sua escolha, pelo futuro da nossa amada Rússia. Participar nas eleições é demonstrar seus sentimentos patrióticos.
Putin tem três adversários de pouca relevância, que não expressam oposição à ofensiva na Ucrânia nem à dura repressão contra os dissidentes, que resultou na morte na prisão, em fevereiro, do principal crítico do Kremlin, Alexei Navalny. Ninguém tem dúvidas de sua reeleição.
A votação permitirá que ele permaneça no poder até 2030 e, após uma reforma constitucional, ele poderá ser candidato novamente e seguir no comando do país até 2036, com 84 anos.
Guerra em pauta
A economia russa, afetada pelas sanções internacionais, resiste, mas teve que ser reorientada para o esforço de guerra e a indústria militar. Moscou imaginava que o ataque contra a Ucrânia duraria alguns dias ou talvez semanas, mas o conflito completou dois anos no último dia 24.
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Ao falar sobre a frente de batalha, Putin apresenta os ganhos recentes, especialmente a tomada da cidade de Avdiivka, em fevereiro, como prova de que sua "operação militar especial" — nos termos que o Kremlin impõe — está indo bem, apesar das pesadas perdas sobre as quais a Rússia não fala.
As tropas russas estão em uma ofensiva e avançam aos poucos, especialmente devido ao desgaste da ajuda ocidental a Kiev. Mas também há cada vez mais regiões do país atingidas por ataques de drones ucranianos. Nos últimos dois dias, três refinarias russas foram atingidas, envolvendo 12% de sua capacidade de refino. Ao todo, seis regiões sofreram ataques.
Chamada de Navalny
As eleições presidenciais começam com a abertura dos locais de votação no extremo leste da Rússia às 8h locais de sexta-feira (17h no horário de Brasília nesta quinta-feira) e terminarão em Kaliningrado no domingo às 20h locais (15h de Brasília). Nos territórios ucranianos anexados pela Rússia, a votação antecipada começou nos últimos dias de fevereiro.
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Os críticos do Kremlin não participam nas eleições. O único opositor real que tentou registrar sua candidatura, Boris Nadejdin, de 60 anos, foi vetado pela Comissão Eleitoral, em fevereiro. Meses antes, o mesmo aconteceu com a jornalista e ex-vereadora Yekaterina Duntsova, uma ativista da democracia que visava concorrer de maneira independente.
A oposição foi completamente dizimada após a detenção de vários dissidentes e da repressão que forçou vários deles a partir para o exílio. Com a morte de Navalny, aos 47 anos, o movimento perdeu seu principal representante. As autoridades russas anunciaram uma morte de causas naturais, mas a equipe do opositor denuncia um assassinato.
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A viúva de Navalny, Yulia, que vive no exílio e prometeu dar continuidade à luta do marido, fez um apelo aos russos para que protestem durante as eleições: ela pediu que todos compareçam às urnas ao meio-dia de domingo para votar em qualquer candidato, exceto Putin. As mulheres dos soldados russos enviados para a guerra da Ucrânia, que pedem o retorno dos militares, aderiram ao apelo.
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