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Enquanto regiões do Nordeste trocam asfalto por concreto para reduzir calor, municípios de Alagoas vão na contramão com cidades mais quentes

O exemplo do Ceará: concreto como solução sustentável e de redução da temperatura

Vladimir Barros com agências 13/01/2025
Enquanto regiões do Nordeste trocam asfalto por concreto para reduzir calor, municípios de Alagoas vão na contramão com cidades mais quentes

No Ceará, a substituição do asfalto pelo concreto na pavimentação de ruas e avenidas já é realidade em 39 municípios. A medida, rompeu com o objetivo de reduzir as ilhas de calor, tem mostrado vantagens econômicas e ambientais. Segundo especialistas, o concreto reflete melhor a radiação solar, contribuindo para a diminuição da absorção de calor e para a melhoria da iluminação pública à noite.

Iuri Bessa, professor da Universidade Federal do Ceará, destaca que o concreto, embora tenha um custo inicial mais alto, compensa o longo prazo pela durabilidade e menor necessidade de manutenção. Além disso, Bruno Nobre, engenheiro da Secretaria das Cidades do Ceará, ressalta que o concreto é menos suscetível às variações no preço do petróleo, tornando-se uma opção mais econômica e sustentável.

Alagoas: A escolha pelo asfalto intensifica o calor

Na contramão dessas iniciativas, as cidades alagoanas continuam pavimentando ruas com asfalto, material que contribui diretamente para o aumento da temperatura em áreas urbanas. O asfalto absorve grande parte da radiação solar, desenvolvendo vias em verdadeiras placas de calor, que impactam qualidade de vida, especialmente em regiões já castigadas pelo clima quente.

Essa escolha, justificada muitas vezes pelo custo inicial mais baixo, supervisão do impacto ambiental e o custo a longo prazo com manutenção. Além disso, a falta de inovação na pavimentação pública reflete a ausência de políticas que priorizem o bem-estar da população e o combate às mudanças climáticas.

Por que Alagoas não adota soluções mais sustentáveis?

A resistência dos municípios alagoanos em adotar o concreto ou outros materiais sustentáveis na pavimentação demonstra a falta de planejamento urbano e visão de longo prazo. Enquanto cidades como Fortaleza investem em soluções que equilibram economia e sustentabilidade, Alagoas permanece estagnada, contribuindo para o agravamento do aquecimento urbano e prejudicando a população, especialmente as comunidades mais vulneráveis.

Uma oportunidade perdida

A adoção de soluções mais modernas e sustentáveis, como o concreto, não é apenas uma questão ambiental, mas também de saúde pública e economia.

Alagoas perde a chance de se alinhar às iniciativas que já estão mudando as cidades no Nordeste, como no Ceará, onde o impacto positivo nas condições urbanas e climáticas é evidente.

Se os gestores públicos alagoanos não estiverem a compensar suas prioridades, o estado continuará agravando seus problemas climáticos e começando a colocar seus cidadãos em situações de desconforto e risco. A mudança é urgente, e os exemplos estão aí para inspirar uma nova abordagem na pavimentação urbana.