Cidades
Crise no Futebol: Prefeitura intensifica represálias contra CSE e “administrador de estádio” sem portaria de nomeação proíbe treinos noturnos
O CSE (Clube Sociedade Esportiva) de Palmeira dos Índios vive uma das maiores crises de sua história. Em litígio com a prefeitura desde outubro de 2024, o clube enfrentou uma série de dificuldades financeiras e operacionais que colocam em risco sua participação nos campeonatos de 2025. A situação se agravou após uma derrota por 3 a 0 contra o CSA na estreia do campeonato, com novas represálias por parte da gestão municipal.
Proibição de treinos noturnos e administrador sem portaria
A tensão atingiu outro nível quando o clube foi proibido de realizar treinos noturnos no Estádio Municipal Juca Sampaio, que é administrado pela prefeitura. Segundo o presidente do CSE, José Barbosa, a ordem foi transmitida por mensagem de texto, sem qualquer documentação oficial. “Não existe ofício, ele [o administrador] enviou mensagem de texto informando que o CSE só pode treinar em um único horário”, disse Barbosa.
O dirigente revelou que, diante do jogo noturno contra o Penedense na próxima quinta-feira, foi solicitado via ofício uma autorização para um treino no período da noite. No entanto, o pedido foi recebido oficialmente pela prefeitura, e o administrador do estádio, identificado como Antônio Umbelino, proibiu o treino.
Nomeação irregular do administrador do estádio
A situação ganha contornos ainda mais graves ao se descobrir que Antônio Umbelino, apontado como administrador do estádio, não possui portaria de nomeação. De acordo com as investigações da Tribuna do Sertão, nem ele nem o suposto filho, que seria oficialmente nomeado para o cargo, comparece em registros oficiais da prefeitura para exercer a função. Isso coloca a gestão do estádio sob uma situação irregular, já que as decisões estão sendo tomadas por alguém sem autoridade legal.
“O Umbelino manda não que não pode. É uma infração clara à legislação”, afirmou um torcedor revoltado com a situação, que ainda questionou a falta de posicionamento dos vereadores, os “fiscais do povo”, diante do agravamento da crise.
Outras represálias e descaso com o clube
A crise não se limita ao impedimento de treinos. Segundo o presidente do CSE, o departamento médico do clube e o escritório também foram afetados. “Os atletas não estão se tratando no departamento médico porque alguém desligou a energia que atende ao próprio departamento e ao escritório do clube”, denunciou Barbosa, ressaltando que essas ações dificultam ainda mais a operação do tempo, que já enfrentou uma grave crise financeira.
A raiz do problema
O conflito entre o clube e a prefeitura começou no final da gestão do ex-prefeito Júlio Cezar, que se opôs aos dirigentes atuais do CSE e suspendeu os repasses mensais de R$ 200 mil previstos por lei. A atual prefeita, Luisa Duarte, manteve a suspensão, alegando discordâncias semelhantes com os dirigentes. O CSE, por sua vez, recorreu a empréstimos com agiotas e ações para manter a estrutura em funcionamento, mas a pressão da gestão municipal tornou a situação insustentável.
O silêncio dos vereadores
Até o momento, os vereadores de Palmeira dos Índios não se pronunciaram sobre a situação, que afetava diretamente a paixão dos torcedores e a imagem do futebol no município. A ausência de fiscalização sobre a gestão do estádio e o silêncio em relação às represálias agravaram ainda mais o sentimento de abandono entre os torcedores e dirigentes do clube.
Futuro incerto
Com dificuldades financeiras, conflitos com a prefeitura e falta de apoio político, o CSE enfrenta um futuro incerto. A continuidade do clube em competições e sua própria sobrevivência depende de soluções rápidas e de um compromisso das lideranças locais para preservar o patrimônio esportivo e cultural de Palmeira dos Índios. Por enquanto, o CSE luta sozinho, em um campo onde a política parece querer vencer o futebol.
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