Internacional
Líder da oposição de Israel se reunirá com vice-presidente dos EUA mesmo após advertência de Netanyahu: 'Não aprovo essa viagem'
Pesquisas indicam que partido de Gantz, que é membro do Gabinete de guerra formado por conflito em Gaza, venceria eleições contra sigla do premier israelense
A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, reúne-se nesta segunda-feira com o líder do oposicionista partido de União Nacional de Israel, o general Benny Gantz, que integra o Gabinete de guerra formado após o 7 de outubro, quando o grupo terrorista do Hamas deixou quase 1,2 mil mortos e sequestrou 240 pessoas no sul de Israel. Apesar de ter-se unido ao esforço de guerra, que também deixou mais de 30 mil mortos em Gaza em quase cinco meses, segundo autoridades palestinas, Gantz é rival político do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
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No sábado, o premier israelense advertiu que "não aprovava sua viagem", enquanto Doudi Amsellem, ministro da Cooperação Regional, afirmou no X (antigo Twitter): “Senhor Gantz, sua entrada no governo foi destinada a criar união em um momento de emergência, e não para ser um cavalo de Troia.” Uma pesquisa de opinião realizada em fevereiro pelo Canal 12 indicou que, se houvesse eleições antecipadas, o partido de Gantz conquistaria 75 dos 120 assentos da Knesset (Parlamento israelense).
No domingo, Harris criticou Israel por não fazer o suficiente para conter uma “crise humanitária” na Faixa de Gaza e pediu um “cessar-fogo imediato”, em sua declaração mais incisiva desde o início do conflito. Harris também disse que Israel deve fazer mais para permitir o fluxo de ajuda para Gaza, incluindo a abertura de novos cruzamentos de fronteira, a suspensão de restrições desnecessárias à entrega de suprimentos e a restauração de serviços no enclave.
— O que estamos vendo todos os dias em Gaza é devastador. Temos visto relatos de famílias comendo folhas ou ração animal. Mulheres dando à luz a bebês desnutridos com pouco ou nenhum atendimento médico. E crianças morrendo de desnutrição e desidratação. Como disse muitas vezes, muitos palestinos inocentes foram mortos — disse Harris.
Saiba também: Israel apura se houve desvio de conduta em incidente na entrega de ajuda em Gaza, diz porta-voz militar
Desde quinta-feira, quando autoridades palestinas acusaram Israel de atirar contra pessoas aglomeradas que esperavam ajuda humanitária, deixando 112 mortos e 760 feridos, aumentou a pressão internacional por uma investigação independente do incidente e para que o governo de Netanyahu aceite uma trégua e facilite a entrega de suprimentos à população do enclave. Israel nega que tenha aberto fogo contra a multidão, dizendo que as mortes decorreram de um tumulto, com soldados tendo só disparado para o ar e contra um grupo que se aproximou de uma unidade militar.
No domingo, Harris também afirmou que o Hamas deveria concordar com a pausa de seis semanas atualmente em discussão, reafirmando a posição de crítica ao grupo fundamentalista islâmico:
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— A ameaça que o Hamas representa para o povo de Israel deve ser eliminada. E, dada a imensa escala de sofrimento em Gaza, deve haver um cessar-fogo imediato, pelo menos nas próximas seis semanas.
O presidente americano, Joe Biden, tem pressionado por um acordo entre o Hamas e Israel que permita a libertação de reféns e um cessar-fogo temporário até o Ramadã, mês sagrado muçulmano que começa por volta de 10 de março. Autoridades americanas disseram que o governo israelense concordou “mais ou menos” com os termos do acordo, mas que o grupo ainda não aceitou a proposta.
Divisão no Partido Democrata
Harris discursou num momento em que as consequências políticas do apoio da administração Biden a Israel começam a se tornar mais evidentes. Enquanto o presidente tem criticado cada vez mais a resposta israelense ao ataque de 7 de outubro, sua rejeição aos apelos por um cessar-fogo permanente e uma dificuldade de demonstrar empatia pelos palestinos têm dividido o Partido Democrata. Além disso, as ações do presidente têm afastado eleitores-chave, incluindo negros, jovens e árabes americanos.
Opositores da guerra e manifestantes pró-palestinos têm seguido Biden em eventos por todo o país para protestar contra seu apoio a Israel. Líderes religiosos negros pediram ao governo que interrompa a assistência financeira a Israel, alegando que a ofensiva equivale a um “genocídio em massa”. Somado a isso, mais de 100 mil pessoas, muitas delas árabes-americanas, votaram na opção “sem compromisso” nas primárias de Michigan na semana passada — uma prévia do que pode acontecer em outros estados que ajudaram a eleger Biden em 2020.
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