Política

“Dinossauros” que buscam o senado em 2026 mostram enfraquecimento que pode gerar nova configuração política em Alagoas

Atuais senador Arthur Lira, Renan Calheiros e Eudócia Caldas expõe fragilidades em suas articulações políticas

Redação 17/02/2025
“Dinossauros” que buscam o senado em 2026 mostram enfraquecimento que pode gerar nova configuração política em Alagoas
Renan, Arthur Eudócia: articulações expões fragilidades

O almoço oferecido ontem (16) pelo ex-presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, a prefeitos e lideranças políticas poderia ter sido uma demonstração de força ainda maior, considerando o acúmulo de poder e influência que ele consolidou nos últimos anos. No entanto, o evento revelou sinais claros de que Lira já não ostenta a mesma hegemonia política de semanas atrás desde que perdeu a presidência da Câmara. Seu prestígio começa a se nivelar ao desgaste natural de Renan Calheiros, que, após 32 anos no Senado, sente o peso do tempo e das mudanças na política alagoana.

Um encontro de sobrevivência

Fora da presidência da Câmara, Lira agora precisa lidar (pelo menos momentaneamente) com os desafios de ser apenas mais um deputado federal entre 513 parlamentares. Esse cenário o obriga a buscar alianças e reafirmar sua influência, mas o encontro com prefeitos do MDB, partido de Renan Calheiros, sugere mais um movimento de necessidade do que de poder.

Com a sucessão estadual e federal de 2026 no horizonte, o deputado federal tenta pavimentar o caminho para uma possível candidatura ao Senado. Contudo, a reunião com 36 prefeitos – um número expressivo, mas não avassalador – indica que seu capital político já não é o mesmo de antes. A força que outrora garantiu espaços estratégicos na política nacional parece se diluir na arena estadual.

As redes sociais e o dinossauro político


Renan Calheiros, por sua vez, embora ainda seja uma figura influente na política alagoana, o MDB possui quase 70 prefeitos, enfrenta pessoalmente dificuldades para se manter como protagonista. Seu modelo de articulação política, baseado em alianças tradicionais e controle da máquina partidária, já não ressoa da mesma forma em um eleitorado jovem, influenciado pelas redes sociais, que busca renovação e o considera um dinossauro político. Além disso, sua proximidade com o governo federal, que antes era uma vantagem estratégica, hoje pode representar um peso, diante da atual conjuntura nacional. O senador precisa encontrar novas formas de se reposicionar, especialmente diante do avanço de adversários que utilizam estratégias modernas de comunicação e articulação política.

O papel de Eudócia Caldas e a ascensão de JHC

No meio desse xadrez político, a recém-empossada senadora Eudócia Caldas ainda precisa entender os mecanismos que impulsionam figuras como Arthur Lira e Renan Calheiros. O aprendizado rápido é essencial para que possa consolidar seu nome e manter espaço na disputa pelo poder.

Seu filho, o prefeito de Maceió, JHC, já se destaca com uma estratégia de comunicação eficaz, baseada na força das redes sociais e no marketing da gestão da capital. Caso decida substituir sua mãe na corrida ao Senado, a vaga parece praticamente garantida, dada sua popularidade e a construção de alianças no interior do estado. Diferente de Lira e Renan, que enfrentam desgastes acumulados, JHC se apresenta como um nome renovado, o que pode ser um diferencial na corrida eleitoral.

A caminho de 2026


As movimentações políticas dos últimos dias demonstram que Arthur Lira ainda tenta se manter relevante, mas sem a estrutura da presidência da Câmara e com um cenário eleitoral cada vez mais competitivo, sua força já não é incontestável. A aliança com prefeitos e líderes do MDB pode ser mais um indício de que os grupos políticos tradicionais precisam encontrar novas estratégias para permanecerem no jogo.

O tempo dirá se o ex-presidente da Câmara conseguirá transformar essa reunião em uma plataforma sólida para sua candidatura ao Senado ou se estará apenas lutando para manter um espaço no cenário político alagoano.