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Drones navais impulsionados por jet skis afundaram navio de guerra russo, detalha piloto ucraniano

Em rara entrevista à CNN, militar comparou sensibilidade para guiar equipamento ao trabalho de um joalheiro e disse que seis conseguiram atingir a embarcação russa; Moscou não confirma o afundamento

Agência O Globo - 06/02/2024
Drones navais impulsionados por jet skis afundaram navio de guerra russo, detalha piloto ucraniano

As imagens parecem tiradas de um filme de guerra ou de um jogo de videogame. Com uma mira fixa ao centro e o navio inimigo à vista, rajadas de tiro riscam o espelho d'água, enquanto explosões são vistas no casco da embarcação. Poderia ser ficção, mas, de acordo com os serviços de inteligência da Ucrânia, trata-se do afundamento de um navio de guerra russo, o lançador de foguetes Ivanovets, no Mar Negro, por drones aquáticos usados por Kiev — que, segundo um piloto que participou da operação, ouvido pela CNN, exigem níveis de precisão e sensibilidade altíssimos.

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— O principal é sentir o drone — disse o militar à rede americana, identificando-se apenas como "13". — Se você apertar um pouco, pode perder o controle do drone. Eu diria que é como o trabalho de um joalheiro.

O piloto do drone aquático deu detalhes sobre a operação contra o Ivanovets, na rara entrevista a um veículo de imprensa ocidental. De acordo com militar, dez drones Magura, impulsionados por jet skis, foram utilizados no ataque filmado e divulgado pelas autoridades ucranianas. Apenas seis deles atingiram propriamente o navio russo, o suficiente para abatê-lo. A Rússia não se pronunciou sobre o caso, nem confirma o afundamento do navio.

Os drones Magura são uma das armas desenvolvidas pelas forças ucranianas em meio à guerra com a Rússia. Com pouco mais de cinco metros de comprimento, segundo as proporções oficiais, é capaz de atacar alvos a cerca de 800 km de distância. Seu tamanho pequeno, comparado a equipamentos náuticos, e agilidade dificultam sua detenção e abate, explicou o piloto.

— Eles são bem difíceis de ver, especialmente em mar aberto. O tamanho torna difícil controlá-lo, porque o mar é agitado, mas também torna muito mais difícil para o inimigo nos atingir — explicou 13.

Ainda de acordo com o piloto, os drones aquáticos são controlados por conexão via Starlink e podem ser pré-programados para navegarem sem a necessidade de um piloto. Contudo, um humano supervisionaria o monitor constantemente, controlando manualmente os ataques, quando alvos são visualizados.