Internacional
EUA condenam acusação de genocídio contra Israel movida pela África do Sul na Corte de Haia: 'sem mérito'
Nos últimos dias de 2023, nação africana entrou com um processo denunciando as ações de Israel contra a população palestina em Gaza

Os Estados Unidos, aliado de primeira hora de Tel Aviv, condenaram nesta quarta-feira o caso apresentado pela África do Sul na Corte Internacional de Justiça (CIJ) acusando Israel de praticar genocídio com a população palestina na Faixa de Gaza. O tribunal, localizado em Haia, na Holanda, é responsável por julgar conflitos entre Estados.
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— Essa apresentação é sem mérito, contraproducente e completamente sem qualquer base de fato — disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, em uma coletiva de imprensa.
O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, disse que os EUA não consideram que o processo "seja um passo produtivo":
— Até o momento, não vimos atos que constituam genocídio — disse Miller aos repórteres. — Genocídio é, obviamente, uma crueldade terrível. Essas são acusações que não devem ser feitas levianamente.
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Em 29 de dezembro, a África do Sul apresentou uma queixa contra Israel na Corte Internacional de Justiça (CIJ), acrescentou um novo elemento jurídico ao conflito entre Hamas e Israel. Na solicitação, a África do Sul afirma que os "atos e omissões de Israel são de caráter genocida, pois são acompanhados da intenção específica requerida (...) de destruir os palestinos de Gaza como parte do grupo nacional, racial e étnico mais amplo dos palestinos", anunciou a CIJ em comunicado.
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A ação afirma ainda que os atos de Israel incluem "o assassinato de palestinos em Gaza, graves danos físicos e mentais e condições de vida que provavelmente levarão à sua destruição física". A África do Sul pediu à corte que "estabeleça a responsabilidade de Israel por violações da Convenção sobre o Genocídio", e que "garanta a proteção urgente e mais completa possível aos palestinos".
O apoio da África do Sul à causa palestina não é novo. O primeiro presidente após o fim do apartheid, o Nobel da Paz Nelson Mandela, manteve uma relação próxima com o líder palestino Yasser Arafat, morto em 2004, e disse em 1997 que "a nossa [dos sul-africanos negros] liberdade está incompleta sem a liberdade dos palestinos". Muitos dos que compartilham as ideias de Mandela veem similaridades entre a maneira como os palestinos vivem nos territórios ocupados e a forma como eram tratados os negros durante o regime do apartheid, uma comparação rejeitada por Israel.
Com o início da guerra em Gaza, a África do Sul elevou o tom das críticas à operação militar, e no mês passado o Congresso votou pela suspensão dos laços diplomáticos com Israel, uma ação respondida com o retorno do embaixador israelens.
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Também em novembro, os sul-africanos, ao lado de Bangladesh, Bolívia, Comores e Djibuti, enviaram uma solicitação ao Tribunal Penal Internacional (TPI) relacionada a uma investigação sobre a situação "no Estado da Palestina". O TPI já havia aberto uma investigação em 2021 sobre alegados crimes de guerra nos Territórios Palestinos, cometidos pelas forças israelenses, pelo Hamas e por outros grupos armados palestinos (Com AFP).
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