Política

JHC pode ter enterrado o seu futuro político ao apoiar Bolsonaro

17/10/2022
JHC pode ter enterrado o seu futuro político ao apoiar Bolsonaro

O prefeito de Maceió, JHC, articulou uma jogada arriscadíssima ao pegar carona no bolsonarismo presente na cidade de Maceió. O seu apoio a Bolsonaro somente no segundo turno é resultado de derrotas acachapantes e desesperadoras nas urnas no último dia 02 de outubro, uma vez que perdeu o comando de um partido, o PSB, que tanto lutou para ter em mãos, não conseguiu eleger o irmão, Dr. JHC, e não conseguiu boa votação em Maceió para o seu candidato a governador, Rodrigo Cunha. De fato, não é um bom cabo eleitoral.

O pior disso tudo foi a forma como JHC se jogou nesse beco sem saída, pois, por exigência da direção nacional do PSB,  teve que abortar a candidatura de seu pai a deputado federal, João Caldas, que estava filiado ao União Brasil e não havia mais tempo de se filiar ao PSB (o prazo é de 6 meses antes da eleição), para concentrar esforços na candidatura de seu irmão, Dr. JHC, filiado ao PSB. O problema é que o PSB não tinha candidatos filiados com potencial de fazer o quociente eleitoral, razão pela qual JHC entregou-se ao desespero, rompendo, ao longo do ano de 2022, com muitos aliados com o objetivo de direcionar todos os órgãos da prefeitura de Maceió para a campanha de seu irmão, uma vez que estava sendo cobrado pela direção nacional do PSB: ou faz um deputado federal ou perde o partido.

A derrota de JHC foi acachapante. Desesperado e de forma imprudente, JHC mergulhou de cabeça no bolsonarismo dias após o resultado do primeiro turno, filiando-se ao PL e desconfigurando toda a sua trajetória de “isenção” diante da polarização nacional. Para a infelicidade de JHC, a história política mostra que o destino é cruel com os políticos que tentam se aproveitar de certos grupos e surfar em paixões políticas diferentes de sua base originária.

Os bolsonaristas locais aceitam agora JHC porque precisam de todo e qualquer tipo de apoio para esta disputa acirrada entre Lula e Bolsonaro, mas depois, o destino será impiedoso para o prefeito de Maceió, que poderá ter arruinado qualquer chance de reeleição em 2024.