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Obras de Breno Accioly serão lançadas em noite comemorativa dos 200 Anos da Independência do Brasil em Alagoas

22/03/2022
Obras de Breno Accioly serão lançadas em noite comemorativa dos 200 Anos da Independência do Brasil em Alagoas

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal), a Imprensa Oficial Graciliano Ramos e as editoras da Universidade Federal de Alagoas (EdUfal) e da Universidade Estadual de Alagoas (EdUneal) abrem o calendário comemorativo dos 200 Anos da Independência do Brasil em Alagoas com um evento literário de peso. No dia 23 de março, a partir das 19h, no Teatro Deodoro, serão realizados lançamentos de dez novas obras literárias, de ficção e não ficção, assinadas por autores clássicos e contemporâneos.

Entre os títulos que serão apresentados ao público leitor durante o evento, estão três obras clássicas, assinadas pelo escritor santanense Breno Accioly cujo centenário de nascimento foi comemorado em 2021. A partir desta quarta-feira, o público leitor poderá ter acesso às novas edições dos livros de contos João Urso Cogumelos e o romance Dunas que contam, respectivamente, com novos textos de apresentação escritos pelos imortais da Academia Brasileira de Letras José Sarney e Cacá Diégues e também pelo escritor carioca Alberto Mussa, autor de Compêndio Mítico do Rio de Janeiro, ganhador dos prêmios Casa de Las Américas, o de Ficção, da Academia Brasileira de Letras, o Machado de Assis (duas vezes), da Biblioteca Nacional, e o da APCA (também duas vezes).

Já as estreias literárias ficam por conta de: O imaginário de Cacá Diégues na construção de uma estética alagoana, de autoria de Edson Bezerra e Luiz Fernando Magalhães; Alagoas Memória Salobra, do fotógrafo Francisco Oiticica; além dos estudos acadêmicos Políticas públicas e o perverso privilégio dos pobres, organizado pelo professor Reginaldo Souza Santos e o Avaliação do consumo alimentar aplicado a grupos de indivíduos e populações, organizado pela professora Sandra Mary Lima.

Também serão lançadas novas edições do Guia da Gastronomia Popular Alagoana, da jornalista e influencer Nide Lins; Cantigas das destaladeiras de fumo de Arapiraca, de autoria do historiador, escultor e mestre da cultura popular Zezito Guedes; e Habitus, campo e mercado editorial –  A construção do prestígio da obra de Graciliano Ramos, do professor, filósofo e poeta Cosme Rogério.

Centenário de Breno Accioly

Breno Accioly nasceu em Santana do Ipanema, sertão de Alagoas, em 22 de março de 1921, filho do desembargador Manuel Xavier Accioly e de Maria de Lourdes da Rocha Accioly. O escritor alagoano passou parte de sua infância e juventude em Maceió, seguindo para o Recife, onde iniciou seus estudos superiores, formando-se em Medicina no Rio de Janeiro, cidade em que se radicou e conquistou reconhecimento na Literatura nacional.

Estreou em 1944, ainda estudante, com os contos de João Urso, livro que, além de excelente repercussão entre a crítica, conquistou prêmios Afonso Arinos, da Academia Brasileira de Letras, e Graça Aranha, da Fundação Graça Aranha. Cogumelos e Maria Pudim, este de 1955, foram as duas obras seguintes de Breno Accioly no gênero da história curta, ambas aliás confirmando seu talento e vocação para o gênero, dentro de uma autêntica originalidade tanto na temática de suas narrativas quanto na linguagem de seu estilo. Em 1955, Breno Accioly fez sua primeira incursão com o romance Dunas que prolonga o mesmo clima psicológico e trágico do contista, sempre denso na criação de tipos, ambientes ou paisagens.

“A obra de Breno Accioly nos ensina a amarmos a nós mesmos, mas no outro. Como se a imagem do outro fosse desenhada por nós mesmos. No fundo, estamos buscando o que somos. Como não acredito em mágicas artísticas, só posso imaginar que Breno Accioly não escreveu para esse nosso tempo, nem para tempo nenhum. Ele escreveu por uma necessidade pessoal, insuperável e necessária, para sua satisfação e grandeza”, afirma Cacá Diégues.

Nos próximos meses, a Imprensa Oficial Graciliano Ramos vai lançar a obra completa do autor, trazendo ao público duas obras que ainda permanecem inéditas desde a morte precoce de Breno Accioly, aos 44 anos, em 13 de março de 1966: o livro de contos Isabela e o romance Pedras. Também estão programados os lançamentos de novas edições dos livros de contos Os Cata-ventos e Maria Pudim.

Programação multicultural

Além do lançamento de livros, seguido por sessão de autógrafos, o evento prevê ainda a exibição da mostra 200 Anos de Independência do Brasil em Alagoas – Uma celebração Literária que é a primeira de uma série de ações comemorativas que serão realizadas ao longo deste ano para enaltecer os dois séculos da soberania política e econômica brasileira, conquistada em 7 de setembro de 1822.

A noite reserva ainda uma apresentação musical com a banda Divina Supernova e um bate-papo com o cineasta Cacá Diégues, membro da Academia Brasileira de Letras, autor de alguns dos filmes mais importantes do cinema nacional como Bye Bye BrasilXica da Silva e O Grande Circo Místico.

A exposição 200 Anos de Independência do Brasil em Alagoas – Uma celebração Literária apresenta cerca de 300 livros publicados pelos parceiros e organizadores do evento ao longo dos últimos oito anos que marcam a gestão do governador Renan Filho.  “A Fapeal e as editoras públicas do estado promoveram uma publicação recorde de livros e pretendemos dar visibilidade a toda essa produção nesta noite de celebração para a literatura alagoana”, afirma Fábio Guedes Gomes, diretor-presidente da Fapeal e idealizador da iniciativa.

Durante a gestão do governador Renan Filho, a Imprensa Oficial Graciliano Ramos produziu cerca 300 publicações, entre livros e revistas. Deste total, metade foi fruto principalmente de parcerias editoriais com a Fapeal, EdUfal e EdUneal, além de outras parcerias com órgãos como o Arquivo Público de Alagoas e secretarias de Estado, entre elas, a de Comunicação, Fazenda, Turismo e Desenvolvimento Econômico.

“Foi uma produção editorial ampla e diversificada”, resume Maurício Bugarim, diretor-presidente da Imprensa Oficial Graciliano Ramos. De acordo com o executivo, a gráfica e editora do Governo do Estado atualmente dispõe de um catálogo de livros capaz de agradar a todos os tipos de leitores com obras de ficção e de não ficção, assinadas por autores clássicos e contemporâneos. “Nos últimos anos, a Imprensa Oficial Graciliano Ramos fortaleceu sua política de fomento à literatura local, dando espaço para o surgimento de novos talentos literários, selecionados a partir de editais públicos, ao mesmo tempo em que permaneceu fazendo o resgate de obras relevantes de autores que se tornaram clássicos como Lêdo Ivo, Jorge de Lima, Romeu de Avelar, Abelardo Duarte, Carlos Moliterno, só para citar alguns”, afirma.