Esportes
Sem agasalho no pódio, seleção quebra regra e cria atrito com patrocinador do COB
Ao subirem no pódio para receber a medalha de ouro neste sábado com os agasalhos amarrados na cintura e vestindo a camisa de jogo, os atletas da seleção brasileira masculina de futebol descumpriram regras da missão do Time Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio e também um termo que os próprios jogadores assinaram ao fazer parte da delegação olímpica no Japão.
Isso porque o Comitê Olímpico do Brasil (COB) tem contrato com uma empresa de material esportivo, a Peak. Já a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) possui acordo com a Nike. O acerto era de que todos os atletas que estão nos Jogos de Tóquio, independentemente da modalidade, usem o material da Peak no momento do pódio e cerimônias oficiais. Durante as disputas das provas e jogos em si, não há essa exigência.
Neste sábado, foi possível observar, no túnel que dá acesso ao gramado do Estádio Internacional de Yokohama, oficiais da organização da Olimpíada pedindo para que os atletas vestissem os seus agasalhos. Além de ignorar a recomendação, teve jogador que chegou a ironizar o pedido. As seleções da Espanha (vice-campeã) e do México (medalha de bronze) subiram ao pódio ao lado do time brasileiro vestindo agasalhos dos seus respectivos comitês nacionais.
O descumprimento das regras da missão e do termo assinado pelo jogadores foi confirmado pelo COB ao Estadão. O Brasil conquistou até este sábado 19 medalhas (7 de ouro, 4 de prata e oito de bronze) em Tóquio. O time de futebol masculino foi o primeiro a não usar o agasalho da patrocinadora do COB.
Além do atrito entre o comitê e a CBF, há temor de que o ato dos atletas do futebol possa acabar na Justiça. Em 2016, quando o Brasil também conquistou o ouro no futebol, as duas entidades tinham o mesmo fornecedor de material esportivo, no caso a Nike, e os jogadores subiram ao pódio vestindo agasalho.
Autor: Raphael Ramos
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