Variedades
Flip 2018 anuncia programação
Na primeira vez que o americano Colson Whitehead veio ao Brasil, e aquela era sua primeira viagem internacional, ele era um rapaz de 24 anos, deprimido e quebrado com um mochilão nas costas. Saiu daqui decidido a se tornar escritor. Agora, prestes a completar 50 anos e depois de lançar seis romances, ele volta ao País como uma das atrações da Festa Literária Internacional de Paraty, que será realizada de 25 a 29 de julho.
Autor do premiado “The Underground Railroad – Os Caminhos Para a Liberdade” (HarperCollins Brasil), vencedor do Pulitzer de ficção e do National Book Award e que vai virar série da Amazon com direção de Barry Jenkins (Moonlight), Whitehead vai dividir a mesa da Flip no sábado com Geovani Martins, morador do morro do Vidigal que acaba de estrear na literatura com “O Sol na Cabeça”, cujos direitos já foram vendidos para diversos países e para o cinema – Karim Aïnouz vai dirigir o filme.
A programação foi anunciada na manhã desta terça-feira, 5, em São Paulo, pela curadora Josélia Aguiar, e a Flip deste ano recebe 33 convidados – 17 mulheres e 16 homens. O evento não será mais feita na Igreja da Matriz, como no ano passado, quando não houve verba suficiente para a estrutura, ou na grande Tenda dos Autores, como nos anos anteriores.
Agora será montada, ao lado da igreja, uma tenda para 500 pessoas, com cerca de 450 ingressos disponíveis para venda e outros 50 para distribuição para a população de baixa renda, convidados e patrocinadores. Na frente dessa tenda haverá uma outra tenda, onde 700 pessoas – e quem mais conseguir um espaço nas laterais – poderão assistir às mesas por um telão. Os ingressos são gratuitos.
Hilda Hilst é a autora convidada e será lembrada em algumas das mesas da programação. No domingo, por exemplo, Eder Chiodetto, Iara Jamra e Zeca Baleiro, que fizeram obras baseadas no trabalho de Hilda, relembram seus encontros com a escritora. Em outros casos, uma performance inspirada em sua obra será feita antes do início dos debates.
Destaque também para a mesa Amada vida, com Djamila Ribeiro, pesquisadora de filosofia política e feminista e autora de “O Que é o Lugar da Fala” (Letramento) e “Quem Tem Medo do Feminismo Negro” (Companhia das Letras, no prelo), e a escritora argentina Selva Almada, autora de Garotas Mortas (Todavia).
A atriz Fernanda Montenegro e Jocy de Oliveira, pioneira na música de vanguarda e hoje dedicada à ópera multimídia, estarão juntas na mesa de abertura. Sérgio SantAnna, Juliano Garcia Pessanha e Laura Erber estão entre os convidados brasileiros.
Entre os estrangeiros, participam Leïla Slimani (Marrocos/França), vencedora do Gouncourt com “Canção de Ninar” (Tusquets); André Aciman (Egito/EUA), autor de “Me Chame Pelo Seu Nome” (Instrínseca), que virou filme recentemente; o historiador Simon Sebag Montefiore, biógrafo de Stálin, dos Ramanov, de Catarina, a Grande e de Jerusalém, todos publicados pela Companhia das Letras; e Christopher de Hamel, especialista em manuscritos medievais. E ainda Liudmila Petruchévskaia (Rússia), Alain Mabanckou (Congo/França), Isabela Figueiredo (Moçambique/Portugal) e o suíço Fabio Pusterla e a italiana Igiaba Scego, entre outros.
Autor: Maria Fernanda Rodrigues
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