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Exaltação à Mulher

29/07/2017
Exaltação à Mulher

Doutor Ivan Bezerra de Barros, fundador da Tribuna do Sertão, signatário do manifesto Herzog contra a Ditadura Militar, vetusto sócio da Associação Alagoana de Imprensa( AAI), ícone da cultura de Palmeira dos Índios, escritor consagrado no seu tempo, paraninfo da primeira turma de Direito da Faculdade Cesmac do Sertão, e, sobretudo, homem público probo a serviço das letras alagoanas como imortal da Academia Alagoana de Letras.

Com esse invejável Curriculum Vitae, traz à tona seu novel livro intitulado A Mulher Brasileira inserida nas artes, nas ciências, na literatura, e na política. Diga-se, de passagem, presta uma homenagem à sua musa inspiradora dona Zenilda, que o acompanha na peleja da vida há 46 anos de vida em comum.

Na versão do poeta Giuseppe Guiaroni, faz valer seu poema como exaltação à mulher amada, mãe de seu filho Valdemir Barros, seguidor de seus passos na história da imprensa alagoana. Inclusive, fala de sua querida filha Svetella Maria que, por sinal, representa sua saga amorosa familiar.
Um dia, serás velha/ Nesse dia, tu terás os anos e o juízo/ E andarás procurando o paraíso/ Numa igreja qualquer da freguesia./ Terás a boca flácida, a mão fria/ O olhar vago, o andar tão preciso/ Que as mocinhas na idade do sorriso/ Te lançarão sorrisos de ironia”. Vê-se um homem apaixonada por tudo que fez, por tudo que plantou e, especialmente, pelo vate que continua sendo no outono de sua profícua existência.

Dentre as mulheres que escreveu com a maestria que lhe é peculiar, destaco a dama do Direito nacional – ministra Carmen Lúcia Antunes Rocha, presidente do Supremo Tribunal Federal ( STF) -, mulher vitoriosa nas suas lides forenses. Por essas razões, teço comentários em torno de sua bem-sucedida trajetória de jurista consagrada no seu tempo.

Segundo o biógrafo, natural de Montes Claros, Minas Gerais, em 19 de abril de 1954 veio ao mundo terráqueo. E, por isso, chega aos 62 anos de vida com a lucidez de uma mineira que galgou todos os cargos exercidos com honradez. Jamais perdeu seu jeito de ser simples e, ao mesmo tempo, voltada ao cumprimento da Justiça para todos. Inclusive, visitou os presídios in loco onde constatou verdadeiros cubículos mantendo uma família carcerária acima dos limites humanos. Ou seja, população exacerbada para o espaço mínimo que o Estado oferece aos apenados.

Por outro lado, nas suas múltiplas atividades, sobra-lhe tempo para escrever livros imorredouros, a saber: “ Direito Constitucional/ Direito Público”, “O Princípio Constitucional da Igualdade”, “ Princípios de Dialeto Constitucional”, “ Princípios Constitucionais da Administração Pública”, “ República e Federação”’, “ Direito para Todos”.

Na visão do autor, “ Carmen Lúcia não é uma boa oradora, tem a voz frágil e às vezes pronuncia discursos monótonos”, Observa, também, suas posições firmes em torno de polêmicas. É a favor da união sexual entre homossexuais. Reconhece adoção sem restrição de idade. E, sendo assim, defendeu a cota dos negros nas universidades e o aborto do anencefálico e a legalização da maconha.

“ Para ela, a pedagogia, a medicina, a psicologia, a economia e a política, senão a própria moral, já não admite discussão sobre a monstruosidade antinatural, antissocial, de prender, segregar, isolar, um preso num cubículo sem espaço para viver. Um prisioneiro é um ser humano, não importa o crime cometido”. E arremata: “ o crime é um fato social de graves consequências jurídicas e não um fato jurídico de graves consequências sociais”.

Exaltação à Mulher traz uma nova versão sobre àquela que não mais toma conta da casa, dos filhos e, portanto, submissa ao homem. Muito pelo contrário, exerce suas funções fora do domicílio familiar. Advogada, administradora, motorista, professora, intérprete, escritora, gestora e, principalmente, ornamenta a sociedade civil organizada como um todo.
No livro em epígrafe, vê-se o autor ao lado da embaixatriz Amnéris Pontes de Miranda. À época, transcorria o período de 1971 a 1979, onde a saudosa dama jantava com o então repórter da extinta Manchete.

O galã Ivan Barros, por sua vez, marcou sua presença nos melhores locais da Cidade Maravilhosa. Voltou à terrinha para ingressar no Ministério Público Estadual a convite do saudoso Divaldo Suruagy que já se encontra noutra dimensão.
O tremendão Erasmo Carlos define muito bem o sexo feminino. “ Dizem que a mulher é o sexo frágil/ Mas que mentira absurda/ Eu que faço parte da rotina de uma delas/ Sei que a força está com elas. Mulher, / Mulher/ Na escola em que você foi ensinada/ Jamais tirei nota dez/Sou forte mas não chego aos seus pés”. Organizaçãoi: Francis Lawrence.