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Delmiro Gouveia
No mês de fevereiro deste ano fiz um artigo com o título “A Fábrica da Pedra”. Disse no citado artigo que houve o corte de energia por conta de uma dívida e, por esse motivo, as máquinas ficaram paradas. A fábrica tinha mais de 500 empregados diretos e mais de 600 indiretos.
A verdade é que o comércio foi sentindo o problema e algumas casas comerciais cerraram suas portas. Havia também uma loja da fábrica que vendia objetos de cama e mesa, quando vinham compradores dos municípios mais próximos, inclusive de Paulo Afonso e de Sergipe.
De acordo com o que escreveu Patrícia Brasil ”No começo do ano, o prefeito Padre Eraldo Cordeiro e outros políticos da região tiveram reunião com representantes do grupo empresarial e outras autoridades políticas mas nada prosperou”.
O resultado foi o que se podia esperar: a fábrica fechou. O triste e o doloroso é que a “maioria dos trabalhadores não têm esperança de se recolocar no mercado de trabalho”. Delmiro Gouveia, a cidade – polo do Sertão Alagoano, já presenciou por esses dias o caso de Fábrica da Pedra e além da loja da fábrica algumas lojas que cerraram suas portas.
Paulo Afonso, a cidade – polo do Sertão de Alagoas, está nessa situação. Contudo os políticos de Delmiro Gouveia lutam e se esforçam no sentido de Delmiro não entrar, pelo menos, em decadência. Um dos projetos é fomentar o turismo.
Conforme foi publicado na Gazeta de Alagoas, há projetos para tentar o turismo na cidade em tela. E aqui lembro o que publicou o aludido jornal. Os cânions, hoje um dos principais cartões-postais do município, não eram explorados até poucos anos atrás. O mais interessante disso tudo é que eles são o principal roteiro turístico de Sergipe e aqui em Alagoas eram completamente ignorados. A região dos cânions fica no limite de cinco municípios e três estados, incluindo a Bahia. Mas a maior parte deles no território de Delmiro Gouveia.
É assim que se deve fazer: buscar condições para a sobrevivência do município. Na verdade, Delmiro Gouveia é, pela sua população, um lugar importante, do território alagoano. Basta lembrar que a estimativa populacional do município era 48.492, no ano de 2011.
Afirma-se que “a atual gestão do município vê o turismo como uma alternativa econômica para a região. Nossa região, que geralmente é castigada pela seca- apesar das chuvas dos últimos dias pode oferecer outras oportunidades”. E dentro destas outras oportunidades está o turimo.
Com relação ao turismo há também um objetivo: aumentar a autoestima da população, a fim que se conheçam as belezas naturais e a riqueza histórica e cultural da região. Há, portanto, o desejo de que, apesar dos pesares, os delmirenses amem o seu sertão comburido.
É bom lembrar o que disse Euclides da Cunha (1866 – 1909) em seu livro Os Sertões: “O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços neurastênicos do litoral”. Na verdade “Os Sertões” constituem o grande diálogo que Euclides da Cunha armou, da natureza com a história, no dizer de Olímpio de Sousa Andrade.
Não se pode esconder a situação dos ex-funcionários da fábrica que parou de vez suas máquinas. Possivelmente muitos operários vão precisar de auxílios ou mesmo de esmolas. É, porém, louvável que as autoridades do município, ao invés de caírem no desânimo, envidam esforços para que Delmiro não entre na decadência.
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