Geral
Maracanã precisa reaprender a torcer pelo futebol
O torcedor brasileiro que torce nas arenas espalhadas pelo Rio de Janeiro nos Jogos Olímpicos faltou hoje no Maracanã na semifinal do futebol feminino entre Brasil e Suécia. E o estádio estava lotado, hein. Esse torcedor que, mesmo sem saber direito as regras de um monte de esportes que só vê de quatro em quatro anos, se esgoela nos momentos decisivos, que vaia o adversário do brasileiro para tirá-lo do sério (sem necessidade de mandinga ou coisas sobrenaturais), que empurra o brasileiro a marcas inéditas, não descobriu ainda que tem futebol no Maracanã nesses Jogos Olímpicos.
Quem chegasse à porta do Maracanã com a bola já rolando, e ouvisse a torcida, pensaria estar perdendo o maior jogo de futebol da história. Um simples cartão amarelo era comemorado como se fosse um gol de final da Copa. Ou de final Olímpica, para sermos mais exatos. O país do futebol, e dos 7 a 1 da Alemanha, parece ter desaprendido a torcer nas modernas arenas.
Somos melhores torcendo por salto com vara, ou judô, ou mesmo para o Usain Bolt, do que para o futebol. E da Copa do Mundo, além da sova que levamos da Alemanha, ficamos com outro legado chulo: o de imitar os mexicanos e gritarmos “bicha” para, no caso de hoje, a goleira da Suécia, quando esta batia um tiro de meta.
O brilho das mulheres nesses Jogos (Rafaela Silva, Simone Biles, Flavia Saraiva, Poliana Okimoto, Katie Ledecky) merecia, no mínimo, o silêncio dessa torcida que quer ser engraçadinha e acaba se mostrando preconceituosa. Uma torcida que metade foi madura quando cantou “Fora Temer” e a outra metade, também madura, mandando a outra parte se calar. Porque torcer para o futebol, talvez nos custe umas viagens a Buenos Aires para aprendermos umas músicas novas e encontremos um jeito novo de curtir o que a gente um dia chamou de esporte nacional.
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