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CSE em crise: Ex-Prefeito, Prefeita Luisa Duarte e Vice Sheila abandonam time na torcida em campo e no bolso

A culpa pela crise do CSE está nas mãos de Julio Cezar, Luísa Duarte e Sheila Duarte que não foram a nenhuma partida; sem repasses financeiros, o excelente plantel do time está desmotivado e à beira do fracasso

Redação 19/01/2025
CSE em crise: Ex-Prefeito, Prefeita Luisa Duarte e Vice Sheila abandonam time na torcida em campo e no bolso

O Clube Sociedade Esportiva (CSE) está atravessando uma de suas piores crises de gestão, reflexo de um longo conflito entre a diretoria do clube e o ex-prefeito de Palmeira dos Índios, Julio Cezar, conhecido como o "Imperador". A situação crítica do time, que amarga a última colocação no Campeonato Alagoano de 2025, é consequência direta da falta de apoio financeiro e político, que antes vinha do poder municipal, mas que foi interrompido após desentendimentos com a gestão do clube.

O conflito com Julio Cezar

A crise começou a se intensificar em outubro de 2024, quando a relação entre a diretoria do CSE e Julio Cezar entrou em colapso. O ex-prefeito, que por meio de uma lei municipal destinava R$200 mil ao clube, passou a demonstrar um desejo crescente de controlar a gestão do time. Sentindo-se como “senhor e dono” da equipe, Cezar tentou, sem sucesso, mudar os membros da diretoria, uma iniciativa que não foi aceita pelos dirigentes, que resistiram ao seu controle.

Sem conseguir implementar as mudanças que desejava, Julio Cezar retaliou com a suspensão do repasse de recursos, algo que, conforme a legislação municipal, era uma obrigação. A diretoria do CSE, por sua vez, não se acovardou e decidiu peitar o prefeito, o que gerou um impasse que só fez agravar a situação financeira do clube.

A transição de poder e o abandono do clube

No final de 2024, Julio Cezar passou o bastão da prefeitura para sua tia, Luísa Duarte, mantendo a mesma postura de resistência em relação à diretoria do CSE. Juntos, os dois abandonaram o clube, deixando a equipe à deriva em um momento crucial. A falta de repasse financeiro e de apoio institucional fez com que o CSE enfrentasse uma situação desesperadora, sem os recursos necessários para dar continuidade às suas atividades.

Luísa Duarte, ao assumir a prefeitura, manteve a posição do sobrinho e também abandonou o clube. A ausência de apoio foi notada de forma clara, já que nem o ex-prefeito nem a nova prefeita compareceram a nenhum dos três jogos disputados até o momento no Campeonato Alagoano, onde o time figura na última colocação. Além disso, figuras políticas próximas ao grupo, como a vice-prefeita Sheila Duarte, que tomou posse em janeiro, também não apareceram para apoiar a equipe, algo que gerou frustração e indignação entre os torcedores.

O uso eleitoral do Clube

Em 2024, durante o período eleitoral, Julio Cezar e sua tia Luísa Duarte utilizaram o CSE como uma espécie de trampolim político. Gravaram vídeos dentro do campo e até participaram de ações de marketing eleitoral no intuito de conquistar o apoio da torcida, um movimento que, na época, parecia reforçar o vínculo entre a política local e o clube. No entanto, após a eleição, quando não conseguiram colocar os dirigentes que queriam, abandonaram o clube, deixando claro que a relação deles com o CSE era mais um jogo político do que uma real preocupação com o time.

A situação é ainda mais irônica quando se observa que, até o ano passado, o primo do prefeito, José Alves, era o tesoureiro do clube, demonstrando o grau de envolvimento familiar na gestão do CSE. Agora, com o clube abandonado e sem respaldo, o CSE vive um drama tanto no campo quanto fora dele.

A alegria e as lágrimas (de crocodilo) foram pelo ralo. Nenhum dos dois apareceu este ano para torcer pelo tricolor
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O futuro incerto do CSE

Sem o patrocínio municipal obrigatório, o CSE viu suas finanças se deteriorarem rapidamente. Com o time na lanterna do campeonato e a situação política complicando ainda mais o futuro do clube, o cenário é de grande incerteza. O CSE só não será rebaixado porque a equipe de Igaci desistiu de disputar o torneio, mas a crise interna continua a afetar diretamente o desempenho do time.

A ausência de apoio da gestão municipal, que antes era um pilar financeiro e político, tem sido um golpe duro para o CSE, que agora precisa se reinventar. A torcida, que sempre demonstrou grande paixão pelo time, está à espera de uma solução que traga estabilidade e prospere o clube, que, apesar das adversidades, continua sendo uma das maiores paixões da cidade de Palmeira dos Índios.

O CSE enfrenta um futuro incerto, mas não perde a esperança de se reerguer, em busca de dias melhores e de uma gestão que, verdadeiramente, coloque os interesses do clube à frente de disputas políticas.