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Turismo pelo São Francisco
Comenta-se que o prefeito e vice-prefeito da cidade de Penedo, no baixo São Francisco, estão empenhados em movimentar o turismo em Penedo. Não sei se o que pretendem chegou tarde.
Falam que vão organizar passeios pelo Velho Chico de Penedo até a foz.
Duas pessoas, dentre outras, foram muito interessadas em fazer de Penedo uma cidade turística: Raimundo Marinho e Ernani Méro. Este como historiador e aquele como prefeito.
Em começo do século passado, houve uma grande cheia do rio São Francisco. As águas cobriram as casas da rua dos Pescadores, chegaram até o meio da Praça Floriano Peixoto, à época chamada praça de São Gonçalo. E por lá as canoas andavam.
Neste ano, só foi possível a procissão de Bom Jesus, em Penedo, porque foi feito um pedido à CHESF que “soltasse” um pouco a água retida do Velho Chico.
Ernani Méro, no seu livro “PENEDO, TEMPLOS, ORDENS E CONFRARIAS, apresenta as igrejas da cidade, como por exemplo, a igreja de Nossa Senhora da Corrente, da qual Germain Bazin, chefe do Museu de Louvre, afirmou: “É uma das mais belas do Brasil”.
Há um estudo minucioso sobre o convento franciscano e a igreja de Nossa Senhora dos Anjos. Diz o citado historiador: “Em 2 de fevereiro de 1689 concluíram os trabalhos da atual igreja conventual…”
Enfim vários templos de Penedo são apresentados e com interessantes descrições.
Outro penedense que muito se interessou por Penedo foi Raimundo Marinho. Penedense, até a medula dos ossos, promoveu vários festivais de cinema, com a presença de artistas de renome nacional. Muito se esforçou pela restauração das igrejas seculares e antigos prédios públicos.
Não se deve olvidar a Caravana da Cultura, sob a orientação do embaixador Carlos Magno. O Teatro Sete de Setembro que esteve prestes a se transformar em agência bancária foi restaurado, graças aos artigos de Ernani Mero e a luta titânica de Raimundo Marinho.
Aliás, essas observações já as apresentei em artigo publicado meses atrás.
O poeta Antônio de Castro Alves nasceu na Bahia em 1847 e lá morreu no ano de 1871. Esse poeta encantou-se com o rio São Francisco. E num poema intitulado “O São Francisco” diz lá pelas tantas: E tu desces, ó Nilo brasileiro, As largas ipueiras alagando, / E das aves o coro alvissareiro, / Vai nas balsas teu hino modilhando!
Como se sabe, o rio em apreço foi chamado São Francisco, no dia 4 de outubro de 1501. Antes, tinha o nome de Opará, Rio-mar, tão grande quanto o Mar. Hoje o Nilo Brasileiro ou o rio-mar agoniza.
Se alguma embarcação tiver condições de levar turistas de Penedo até a foz do Velho Chico, será ótimo passeio.
Do contrário, poderá o transporte ficar preso em algum acúmulo de areia. Em todo caso, feliz turismo pelo rio que já foi chamado Rio-Mar.
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