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Tributo a Gileno Sampaio
Conheci-o quando assessorava o saudoso deputado federal Albérico Cordeiro, então prefeito de Palmeira dos Índios por duas vezes. Semanalmente, visitava a terra de Tobias Granja assassinado em 1982. Nessa época, governava o Estado de Alagoas Theobaldo Barbosa muito ligado à minha querida Paulo Jacinto.
Doutor Ivan Bezerra de Barros, fundador da Tribuna do Sertão, sócio vetusto da Associação Alagoana de Imprensa (AAI), no seu festejado livro Crônicas do Meio-Dia fez uma bonita homenagem escrevendo uma crônica saudosista intitulada Gileno Sampaio, Pioneiro da Radiofonia onde resgatou a memória do filho ilustre de Juca Sampaio.
“Palmeira dos Índios muito deve a Gileno Sampaio. Nunca abandonou a terra natal. No ínício de sua juventude, deixou os estudos no Colégio Pio XII, e resolveu vender leite para Maceió, transportando em um caminhão, baldes e mais baldes de leite, produzido na fazenda do pai e em outras propriedades. O velho Juca Sampaio, preocupado com a falta de segurança na rodovia BR- 316, resolveu comprar a emissora de rádio que pertencia à Amarílio Fernandes, e entregou ao filho, que instalou a emissora na antiga rua dos Eucaliptos, atualmente Avenida Vieira de Brito. Naquela época, eu, Hélio Teixeira, Margarida Ferro, Efigênio Moura, fazíamos programas dos mais variados”.
Começou, portanto,de forma não muito convencional a peleja da vida. E, nesse sentido, transformou-se num homem público probo, vindo a administrar a terra dos Xucurus com zelo e competência. Investiu na Educação, edificou obras estruturantes deixando aquela unidade municipal em perfeito estado de conservação. Diga-se, de passagem, deixou marcas indeléveis que o tempo não conseguirá apagar.
Por essas razões, o jurista Ivan Barros registrou no seu livro em epigrafe a amizade consolidada com o comunicador com relevantes serviços prestados à radiodifusão alagoana. “ É esse o Gileno que o conheço: empresário bem-sucedido ( Rádio Sampaio AM/FM), bom administrador, aprendeu com o seu pai a arte da política, seu calvário. Apoiou minha candidatura a prefeito, e por isso sou grato. E gratidão se paga com gratidão, como ele gosta de afirmar. Assim, nesta crônica de meio-dia, rendo-lhe todas as homenagens e que Deus lhe dê saúde e proteja sua alma generosa”.
No meu caso, encontrava com ele nas minhas andanças professorais na Faculdade Cesmac do Sertão. Batíamos um bom papo, falávamos de política e de coisas do cotidiano. Sempre solícito, dizia: “Laurentino, a vida é bela e você precisa desfrutar das belezas oferecidas pelo Grande Arquiteto do Universo, que é Deus.” Homem educado, cativava-me com sua fidalga atenção de homem que soube aproveitar sua estada neste mundo terráqueo.
Segundo o vereador Val Basílio, meu ex-aluno do curso de Administração onde leciono Economia/ Comércio Exterior no curso de Administração, a egrégia Câmara de Vereadores de Palmeira dos Índios, outorgará o título de Cidadão Honorário daquele bucólico município. E, por essas razões, o meu apreço à sociedade palmeirense aumenta na dimensão do meu agradecimento pela deferência à minha singularíssima pessoa.
Parodiando a poetisa Creusa Accioly : “ Como esquecer/ se cada lembrança / nos leva a outra mais? / Como tentar explodir/ os diques de memória/ e deixar correr lembranças/ e se não conseguirmos fechar/ as comportas do passado? / Como apagar lembranças / que ainda vivem visíveis através das transparentes vidraças das janelas do tempo”.
Amo a minha inesquecível Paulo Jacinto, terra que me viu nascer. Mas, sou apaixonado pelas pessoas que habitam essa cidade que me recebeu de portas abertas feito o Cristo Redentor. Num passado não muito remoto, conheci os jornalistas José Branco/ Juarez Ferreira. Hoje, privo da amizade do Dr. Everaldo, procurador concursado da Prefeitura local. Do comunicador Ricardo Vitório, ex-presidente do INCRA, bom caráter, e, sobretudo, amigo leal nas horas nebulosas e alvissareiras.
Tributo a Gileno Sampaio faço com o amor d’alma. Pela sua grandeza em prol dos palmeirenses. Pelas suas virtudes maiores do que os seus erros cometidos no âmbito existencial. Pela admiração à sua alma. Aliás, como dissera o poeta lusitano Fernando Pessoa. “ Tudo vale a pena quando a alma não é pequena”. Dessa forma, rogo a Deus que o receba na sua Mansão Celestial. Que lhe dê conforto, e, principalmente, perdoe os seus pecados intencionais.
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