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Projeto resgata brincadeiras populares e busca integrar família e escola

15/06/2016
Projeto resgata brincadeiras populares e busca integrar família e escola
Estusiasmados com as brincadeiras, estudantes demonstraram o futebol caranguejo e o curri curri (Foto: Valdir Rocha)

Estusiasmados com as brincadeiras, estudantes demonstraram o futebol caranguejo e o curri curri (Foto: Valdir Rocha)

A Escola Estadual Ovídio Edgar de Albuquerque, no bairro do Tabuleiro dos Martins, em Maceió, criou um projeto para resgatar as brincadeiras populares de antigamente, o que serviu para aproximar ainda mais a relação entre pais e filhos e integrar família e a escola. O projeto ‘Torcida Organizada para a Paz e Bem’ é coordenado pela professora de Educação Física, Gedalva Brito, e trabalha com os alunos do ensino médio.

Em seu segundo ano consecutivo, o projeto foi iniciado com uma pesquisa dos alunos sobre quais as brincadeiras dos pais quando eram crianças. Nesta quarta-feira (15), os estudantes socializaram entre si aprendizados e vivências adquiridas.

 

O estudante Givaldo Bernando Lima Júnior, do 3º ano, destacou o “futebol caranguejo”, que possui regras similares ao tradicional. A brincadeira é jogar sem tirar a mão do chão. “Dá para interagir com todo mundo. Ele trabalha todas as partes do corpo e ainda desenvolve a coordenação motora. Promove a inclusão, pois pode ser jogado por pessoas com deficiência”, destacou o aluno.

Além das tradicionais pula corda, amarelinha e sete cortes, eles trouxeram também brincadeiras do período junino. Foi o caso de Marília Eduarda da Silva, da mesma série, que apresentou o curri curri. Ensinada por sua mãe, ex-moradora da zona rural de Pernambuco, a brincadeira consiste em adivinhar quantos grãos de milho assado têm escondido na mão de cada participante. Se acertar, tem direito a comer o milho do outro.

 

“Minha mãe conta que não tinham muito o que fazer e se reuniam para brincar com o milho produzido. É assim: alguém esconde o milho e fala ‘curri curri’; aí, o outro responde: ‘eu entro’; e o desafiante fala: ‘com quanto?’; então o colega tenta adivinhar quantos grãos têm na mão do outro. Se acertar, come o milho. Achei muito boa. São brincadeiras boas. Importante trazer para a escola e o que está faltando para a geração de hoje, que são atividades saudáveis”, pontuou Marília.

De acordo com Gedalva Brito, esta é apenas a primeira etapa do projeto, que segue no segundo semestre, durante os jogos internos da unidade, com a elaboração de paródias de torcidas.

“A cada ano,  o projeto vem trazendo inovações. Com reflexões sobre suas realidades, conseguimos trabalhar posturas no cotidiano deles. Percebemos comportamentos mais amáveis, companheiros e solidários, uns com os outros. Antes até brigavam. E, além deste aprendizado entre eles, ainda socializam com estudantes do ensino fundamental da escola”, explicou Gedalva Brito.