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Ferj aciona o Flamengo na Justiça e quer indenização por danos morais
A Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) e seu presidente Rubens Lopes entraram na Justiça contra o Flamengo e Eduardo Bandeira de Mello exigindo indenização e um pedido de retratação pública, segundo apuração da ESPN.
A ação corre na Justiça do Rio de Janeiro desde o mês passado e se deve a uma entrevista de Bandeira ao ESPN.com.br ocorrida no ano passado. O clube ainda não foi notificado oficialmente.
“O presidente vai se defender com os advogados dele, assim como o Flamengo também. Ainda não tomamos conhecimento e não fomos notificados sobre essa ação, mas quando formos vamos encaminhar aos advogados para defesa”, disse o vice jurídico do Fla, Flávio de Araújo Willeman, ao ESPN.com.br.
Segundo a petição do processo, “Eduardo Bandeira de Mello, na qualidade de presidente do Flamengo, com inteligência e delicadeza, desferiu grave ofensa contra a reputação, nome, honra, boa-fama, idoneidade, eticidade da Ferj e de seu presidente, Rubens Lopes”.
Na ocasião, Eduardo Bandeira de Mello afirmou, ao blog Dois Toques, as seguintes palavras.
“Mesmo sabendo que há clubes satisfeitos, eu acho que deveria ter essa mudança na estrutura de poder, deixando mais democrática. Seria bom para todos. Se o presidente é bom, pode ser reconduzido, sem problema nenhum. Mas no Rio, quando estamos rompidos com o presidente dessa instituição, quando todos sabem que ele não merece a confiança dos torcedores, ele certamente seria alijado do poder em um novo formato”.
A situação gerou revolta e um pedido de explicações por parte da Ferj e Rubens Lopes, que dizem à Justiça não terem sido atendidos. Por isso, ingressaram com a ação indenizatória.
“O ataque do legítimo representante do Flamengo ultrajou não somente a Rubens Lopes, como também a Ferj, ao atribuir-lhe a pecha da desonestidade, deslealdade, improbidade, desmerecedora de crédito e confiança”, entenderam as partes, segundo diz o processo.
Em seguida, a Ferj afirma que Eduardo Bandeira de Mello, ao ser indagado por um oficial de Justiça sobre o pedido de explicações por injúria aberto, “esquivou-se covardemente de responder pelo crime cometido”.
A Ferj e Rubens Lopes acrescentam que não houve alternativa de conciliar a situação, restando apenas o Poder Judiciário “para amainar as múltiplas lesões provocadas pelos réus”, no caso o Flamengo e seu presidente.
À causa, foi dada, apenas para fins fiscais e de alçada, o valor de R$ 20 mil.
As palavras de Bandeira foram ditas ao ESPN.com.br em julho. Na ocasião, os presidentes de Fla e Ferj foram a Brasília para a votação da MP do Futebol na Câmara dos Deputados em lados opostos, um dia depois de trocarem farpas devido ao conflito instalado no futebol carioca em 2015.
Naquele dia, Bandeira encontrou Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol, e disse a ele que gostaria que o mesmo fosse o mandatário máximo da Federação Carioca. “Fiz questão de dizer isso a ele. Eu sei que podem ter vários clubes no país satisfeitos com as suas federações. Eu sei que o Reinaldo é um homem de bem e eu queria ele lá no Rio de Janeiro”, disse o presidente rubro-negro, na ocasião.
Naquele dia, a bancada da bola conseguiu retirar do texto da MP um ponto polêmico, que era a mudança no processo eleitoral das federações, que daria mais peso para os clubes grandes profissionais. Com isso, as entidades estaduais tiveram uma vitória, enquanto especialmente Flamengo e Atlético-PR, os mais mobilizados pela causa, se sentiram derrotados. O fato gerou a declaração de Bandeira que culminou no processo judicial.
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