Política

O “Acordão de Brasília” e o silêncio de JHC: Candidatura ao governo em 2026 ainda é mistério, mas ‘entorno’ confirma

Redação 28/08/2025
O “Acordão de Brasília” e o silêncio de JHC: Candidatura ao governo em 2026 ainda é mistério, mas ‘entorno’ confirma
Arthur Lira, Renan Filho, JHC, Marluce Caldas e o presidente Lula em momento simbólico de articulação política que alimenta especulações sobre acordos e os rumos eleitorais de Alagoas em 2026

A recente nomeação da desembargadora Marluce Caldas para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) provocou uma onda de especulações políticas em Brasília e em Alagoas. Nos bastidores, fala-se em um suposto “acordão de Brasília”, segundo o qual a indicação teria sido viabilizada em meio a negociações que incluiriam o reposicionamento de forças no estado, especialmente envolvendo o futuro do prefeito de Maceió, JHC (PL), nas eleições de 2026.

O suposto acordo e o peso de Renan Filh
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De acordo com rumores que circularam na capital federal, a articulação teria contado com a participação direta do ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB-AL), hoje um dos nomes mais próximos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A interpretação inicial foi de que, em troca da vaga no STJ, setores da política alagoana buscariam garantir a retirada de uma eventual candidatura de JHC ao governo do estado em 2026, abrindo caminho para a consolidação do grupo político liderado por Renan.

Esse raciocínio, porém, encontra resistência entre aliados do prefeito. Para eles, o “acordão” é mais rumor do que fato, já que JHC não teria dado nenhum sinal de desistência até o momento.

O silêncio estratégico de JHC

Chama atenção o silêncio público do prefeito em relação ao tema. JHC tem evitado declarações sobre 2026, mantendo a atenção voltada para a administração de Maceió e para a eleição municipal deste ano. No entanto, o vazio de declarações vem sendo ocupado por seus aliados mais próximos, que passaram a dar sinais claros de que o prefeito está, sim, disposto a disputar o governo.

O secretário municipal Júnior Leão, já admitiu nos bastidores que JHC não abriu mão da candidatura. Pouco depois, o presidente da Câmara Municipal, Kelmann Vieira, revelou em entrevista que o próprio prefeito lhe confidenciou a intenção de concorrer em 2026. Essas falas, vindas de figuras-chave do seu círculo político, desmontam a tese de que a nomeação de Marluce Caldas teria “comprado” a desistência de JHC.

Efeito dominó em Alagoas

O quadro político em Alagoas para 2026 segue nebuloso e em disputa aberta. De um lado, o grupo dos Caldas ganha visibilidade nacional com a chegada de Marluce ao STJ. Do outro, JHC mantém em suspenso seu futuro, mas cada vez mais é pressionado a assumir publicamente uma posição.

A possível candidatura do prefeito ao governo é vista como fator de desequilíbrio para as forças locais, especialmente porque poderia polarizar a disputa com o grupo de Renan Filho e atrair apoios de setores hoje órfãos de liderança. Além disso, o peso eleitoral de JHC, que foi eleito e reeleito prefeito da capital com votações expressivas, dá a ele um capital político considerável numa disputa estadual.