Geral
Horta promove a saúde e a dignidade no Sistema Prisional
Estudos revelam que o trabalho com a terra diminue a incidência de doenças psicossomáticas, ou seja, doenças orgânicas com causas psicológicas. Para promover a saúde, evitar a ociosidade e ressocializar por meio da profissionalização, a Secretaria da Ressocialização e Inclusão Social (Seris) tem estimulado a participação dos custodiados nas atividades da horta do sistema prisional. Atualmente, quarenta custodiados trabalham no local.
As sementes e raízes são cultivadas na horta do sistema prisional sem o uso de defensivos agrícolas. A prática beneficia não só o meio ambiente, mas também a saúde dos reeducandos e servidores penitenciários que consomem os alimentos. Milho, batata, macaxeira, cenoura, coentro e feijão, são alguns dos alimentos produzidos naquele local. Além disso, existem plantações, um tanque com cerca de cinco mil peixes e um galinheiro.
Todos os mantimentos produzidos na horta são encaminhados ao Núcleo de Aprovisionamento, que faz a distribuição entre a Cozinha Central e as unidades do sistema que possuem cozinha em suas dependências. Em 2015, os reeducandos que trabalham na horta conseguiram colher cerca de trinta toneladas de alimentos. Em 2016, a produção continua em alta. Até o mês de março já foram colhidos cerca de cinco toneladas de alimentos.
De acordo com a gerente do setor de Educação, Produção e Laborterapia, Andréa Rodrigues, o trabalho tem finalidade educativa e produtiva.
“As atividades laborais são instrumentos de combate à ociosidade carcerária, ajudando a resgatar a responsabilidade, elevar a autoestima e dignidade do reeducando, promover a disciplina, responsabilidade e crença em sua recuperação. Sem dúvida, o trabalho tem caráter reeducador”, explica a gerente.
Além dos benefícios terapêuticos, o trabalho na horta do Sistema Prisional fomenta a geração de renda dos custodiados, que recebem um salário mínimo pela tarefa executada entre segunda e sexta-feira. Os internos também são beneficiados com a diminuição de um dia de pena a cada três dias trabalhados, conforme estabelece a Lei de Execuções Penais (LEP).
O custodiado Luciano Carlos de Oliveira participa das atividades laborais faz mais de cinco anos. Há cerca de dois meses ele começou a trabalhar na horta e iniciou uma mudança em sua vida. “O trabalho com a terra faz com que você veja as coisas de um modo diferente, leva você a refletir. O contato com a natureza é revigorante. Já mudei muito desde que comecei a trabalhar aqui”, disse Oliveira.
Ele fala ainda de outro benefício proporcionado pelo trabalho, a oportunidade de desenvolver um ofício profissional e obter uma renda para continuar trabalhando com dignidade após cumprir a sua pena.
“Solicitei ao Balcão Cidadão da Seris que depositasse meu salário na minha conta. Quando sair daqui pretendo usar essa renda para montar o meu próprio negócio. Sem dúvidas o trabalho já está transformando a minha vida”, destaca o reeducando.
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