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Você sabe o que é deglutição atípica?

Aparentemente tão instintivo quanto piscar ou respirar, o ato de engolir é muito mais complexo do que pensamos e influencia no posicionamento dos dentes e até na formação da mandíbula. Para que seja aprendido da forma correta, exige a atenção e o cuidado dos pais desde o berço.
A deglutição, processo de transporte do bolo alimentar até o estômago, envolve várias etapas. Para que transcorra corretamente, é imprescindível que a língua esteja posicionada no céu da boca no momento de engolir. Quando o paciente deixa a língua má posicionada, para baixo, tem a chamada deglutição atípica, distúrbio que gera complicações no restante da digestão.
Segundo o especialista Antonio Tavares Bueno Junior (CROGO 625), cerca de 90% das pessoas que tem deglutição atípica também respiram pela boca, o que faz com que os músculos da região não estimulem as glândulas salivares. Com a queda na produção de saliva, um protetor natural do corpo, o paciente fica propenso a contrair outras doenças. Além disso, a comida é engolida mais rapidamente e a secura faz com as enzimas dos alimentos não sejam totalmente quebradas.
O dentista alerta que suas causas se encontram ainda na amamentação. “Durante o aleitamento, o bebê não deve estar deitado, mas posicionado verticalmente em relação ao seio”, enfatiza. Quando a criança é amamentada na horizontal, os músculos da boca são mal estimulados, o que gera um desenvolvimento inadequado dos ossos e consequentemente uma má formação da face e dos dentes.
Por piorar ao longo do tempo, os pais devem estar atentos a sinais indicativos de que a criança tem esse distúrbio. O uso de chupetas, por exemplo, pode ser uma consequência da deglutição atípica. “Quando a boca da criança funciona corretamente, ela não pega a chupeta. Se a criança tem essa disfunção o hábito pode piorar a situação”, afirma.
Junior explica que se a pessoa chega na fase adulta e ainda não foi diagnosticada, ela provavelmente terá outros problemas, como enxaqueca, dor na articulação temporomandibular e de ouvido, além de escutar barulhos. Outras características nos adultos são deformações no queixo e mandíbula pequena.
A solução do problema exige um tratamento de ortodontia miofuncional, especialidade que trata de disfunções na musculatura facial e mastigatória. O especialista afirma que procedimentos ortodônticos para correção do alinhamento do sorriso também podem ser necessários, mas não anulam a necessidade do processo miofuncional. “Sem o tratamento inicial, o paciente corre o risco de ter seus dentes novamente tortos, pois a causa do problema não foi curada”.
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