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Talibãs se negam a participar de nova rodada de negociações de paz com governo afegão


Cerca de 10 mil soldados dos EUA estão no Afeganistão atualmente; talibãs reivindicam saída de tropas estrangeiras
(Agência Efe)
Os talibãs anunciaram neste sábado (05/03) que não participarão da segunda rodada de negociações de paz com o governo do Afeganistão, alegando que algumas de suas reivindicações, como a saída de tropas estrangeiras do país, não foram atendidas.
Através de um comunicado, os insurgentes negaram os rumores que garantiam sua presença no próximo encontro do grupo que dialoga sobre a paz na nação asiática, formado por Afeganistão, China, Estados Unidos e Paquistão.
“Negamos esses rumores e dizemos claramente que o líder do Emirado Islâmico [como se definem os talibãs] não nomeou ninguém para participar desses encontros”, afirma a nota.
Assim como haviam feito no final de janeiro em uma conferência convocada no Catar pela ONG Pugwash, os insurgentes reiteraram que é preciso haver o fim da ocupação estrangeira no Afeganistão para avançar no processo de paz. Eles também exigem o fim de sanções da ONU e a libertação de “prisioneiros inocentes”.
Segundo os talibãs, enquanto o grupo formado pelos quatro países tenta promover um processo de paz, os EUA continuam enviando novas tropas ao Afeganistão e seguem realizando bombardeios e operações noturnas em parceira com as tropas do governo. “Esse diálogo sem sentido e enganoso não dará resultado”, explicaram no comunicado. Para eles, as reuniões de paz feitas até agora foram “mera propaganda”.
O governo do Afeganistão, contudo, afirmou que espera retomar os diálogos de paz com os talibãs, embora reconheça que o processo sofrerá um atraso. “Continuamos 100% comprometidos com o reatamento do diálogo de paz, estamos esperançosos” disse à Agência Efe o porta-voz do governo afegão, Javid Faiçal.
“O Afeganistão considera o diálogo de paz como a única solução à guerra”, completou Faiçal, que evitou especular uma nova data para o encontro com os insurgentes.
A guerra no Afeganistão vive um de seus períodos mais violentos, com 3.545 mortos e 7.457 feridos apenas em 2015. Este é o número mais alto desde que as vítimas do conflito começaram a ser contabilizadas há sete anos.
Os talibãs e o governo afegão realizaram em julho do ano passado sua primeira reunião oficial, mas o processo foi suspenso dias após a divulgação da notícia da morte do fundador do movimento insurgente, mulá Omar, em abril de 2013.
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