Cidades
Judô da Escola Theonilo Gama, em Maceió, atrai atenção do Ministério do Esporte

O projeto de judô da Escola Estadual Theonilo Gama, no Jacintinho, atraiu a atenção do Ministério do Esporte. Na última sexta-feira (29), uma equipe de filmagem esteve na escola para conhecer o projeto comandado pelo professor Ricardo Sérgio Santos e um de seus judocas, o estudante Renglis Xavier, 16 anos, que, em novembro de 2015, foi selecionado para integrar a seleção brasileira sub-18 de judô.
A equipe, que conheceu o projeto a partir de contato com a Secretaria de Estado do Esporte, Lazer e Juventude de Alagoas (Selaj), vai produzir 70 vídeos acerca dos benefícios da prática esportiva e destacar jovens atletas promissores a exemplo de Renglis, que, apesar da pouca idade, já acumula diversas conquistas, como o tricampeonato dos Jogos Estudantis de Alagoas (Jeal) e dois bronzes nos campeonatos brasileiros sub-18 e sub-21.
“Estamos em um ano olímpico e percorremos o país em busca de jovens talentos que, futuramente, podem vir a ser medalhistas olímpicos. Aqui em Maceió, viemos conhecer o projeto de judô da Escola Theonilo Gama, uma iniciativa muito boa e que deveria ser seguida por outras escolas”, destaca Rogério Nishizawa, produtor da filmagem. A previsão é que os vídeos comecem a ser veiculados nas redes sociais do Ministério do Esporte – Facebook, Twitter, Instagram – após o Carnaval.
Diferencial – Segundo o professor Ricardo Sérgio, coordenador do projeto, um dos fatos que chamou a atenção da equipe do ministério foi o fato das escolas e, não os clubes, serem os espaços de revelação dos talentos do judô. A Escola Theonilo Gama, por exemplo, é heptacampeão do Jeal e teve sete de seus judocas classificados para os Jogos Escolares da Juventude (JEJ).
No entanto, o maior orgulho do professor não é a descoberta de talentos do esporte, mas como o projeto transforma a vida de jovens da região do Jacintinho, trabalhando e transmitindo valores como disciplina, ética e respeito.
“O judô é uma ação interdisciplinar que funciona como um instrumento educativo e social, promovendo o exercício da cidadania. Aqui formamos não apenas atletas, mas cidadãos. Ele também reflete em sala de aula, pois as boas notas são um condicionante para o aluno continuar no projeto”, explica Ricardo Sérgio, que, graças à ação, também foi escolhido pelo Comitê Olímpico e Coca-Cola para ser um dos participantes do revezamento da tocha olímpica no Rio de Janeiro.
Mudança de vida – O diretor da unidade de ensino, Evanildo Fernandes, diz que o projeto, iniciado em 2006, contava com a participação de poucos alunos no começo, mas, hoje, atrai mais de 300 jovens. “Temos 385 alunos participando do judô e presenciamos a transformação destes garotos, que adotam valores morais e éticos. Trata-se de um trabalho que envolve toda a comunidade escolar, desde as merendeiras até os demais professores”, conta Evanildo.
Os números do desempenho escolar dos atletas reforçam a fala do gestor: entre os judocas, o índice de reprovação é zero. Além disso, os atletas também obtiveram sucesso no acesso ao ensino superior: desde 2007, 50 foram aprovados, sendo 23 na Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e 27 em faculdades particulares. Destes 50, 16 cursam Educação Física, uma escolha influenciada pelo exemplo do professor Ricardo.
Renglis Xavier, 16 anos, é um dos alunos que têm em no professor Ricardo uma referência. “Ele nos acompanha não só no esporte, mas em todas as atividades da escola. O seu trabalho muda o estilo de vida das pessoas e me inspira a querer cursar Educação Física no futuro”, revela Renglis.
Roberval Ferreira, gerente da 1ª Gerência Regional de Educação (Gere) – órgão que abrange as escolas estaduais da Baixa Maceió – destaca a qualidade da iniciativa. “Temos um trabalho muito importante desenvolvido pela escola com a juventude local. O reconhecimento do Ministério do Esporte reforça isto”, afirma Roberval.
2016 – Novas inscrições para o projeto de judô da Escola Theonilo Gama devem ser abertas ainda neste semestre. A ideia é que o mesmo contemple não só os alunos da escola, mas também estudantes de outras unidades de ensino da rede pública no Jacintinho. “Queremos trabalhar a base, com alunos a partir do 6º ano”, fala Ricardo Sérgio.
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