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Especialistas apresentam resultados da plantação de clones de eucalipto em Alagoas

03/12/2014
Especialistas apresentam resultados da plantação de clones de eucalipto em Alagoas

Especialistas, técnicos, engenheiros e estudantes estiveram reunidos para discutir a eucaliptocultura Foto: Nathália Calazans

Especialistas, técnicos, engenheiros e estudantes estiveram reunidos para discutir a eucaliptocultura Foto: Nathália Calazans

Com a finalidade de dar continuidade ao projeto da Cadeia Produtiva do Eucalipto em Alagoas, especialistas, técnicos, engenheiros, estudantes e demais envolvidos estiveram reunidos, no auditório da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (Fiea), na manhã dessa terça-feira (02), para discutir a eucaliptocultura e assistir a palestras sobre os resultados dos testes clonais feitos em sete áreas do estado.
Na oportunidade, Acelino Couto Alfenas, Lúcio Guimarães e Marcelo Magalhães, professores especialistas da Universidade Federal de Viçosa (UFV/MG), falaram sobre o atual panorama da eucaliptocultura no Brasil e no mundo e as utilidades da madeira do eucalipto, além de apresentarem os resultados dos testes clonais iniciados em Alagoas no ano de 2009.
Acelino Couto Alfenas afirmou que a demanda de madeira no mundo é crescente para a indústria em geral, para a extração da celulose, geração de energia, entre outros usos. O eucalipto, portanto, é uma opção viável para ajudar a suprir essa necessidade.
“Em 2030, o mundo irá utilizar metade da madeira produzida com a finalidade de gerar energia. E um dos focos e da potencialidade do trabalho feito aqui em Alagoas é justamente a utilização da madeira do eucalipto para a geração de energia. Esse é um grande negócio para o estado”, pontuou Acelino.
Ronaldo Moraes, diretor técnico do Sebrae em Alagoas, destacou que o projeto é de grande relevância para o desenvolvimento econômico do estado, já que o eucalipto é uma alternativa muito interessante para as áreas de encostas e locais onde a cana de açúcar vem deixando de ser plantada, além de contribuir com o meio ambiente e gerar uma série de oportunidades de aproveitamento para a indústria de móveis e de construção civil.
“Durante a reunião, nós tivemos um aporte de conteúdo técnico muito grande, já que vimos palestras de especialistas que trabalham com isso em todo o Brasil, e têm uma experiência muito grande. São eles que já vêm conduzindo o trabalho aqui em Alagoas há mais de quatro anos. Esse conteúdo servirá para que possamos direcionar o nosso projeto e fomentar as atividades relevantes para a consolidação da cadeia aqui no estado”, disse Ronaldo Moraes.

    Resultados dos testes clonais

Marcelo Magalhães, especialista da UFV/MG, contou que o plantio começou a ser feito em sete áreas experimentais em diversas regiões do estado, como na Usina Seresta, em Batalha, Usina Capricho, em Cajueiro, Usina Cachoeira, em Maceió, e na Fazenda Santa Justina, em Passo do Camaragibe.
O trabalho teve início a partir da seleção de 40 clones de eucalipto e 10 materiais genéticos de sementes da planta. Em seguida, os clones foram implantados nas propriedades, no ano de 2009. Com as análises feitas a partir das plantas já desenvolvidas, ficou constatado que os eucaliptos clonados plantados no estado são produtivos.
“É muito gratificante trabalhar para fomentar uma nova atividade em Alagoas. O teste mostrou a vocação do estado para poder implantar de vez essa nova atividade. Alagoas tem um enorme potencial para explorar essa cultura, podendo produzir a planta em escala comercial, sem problemas. Após os próximos testes, teremos um plantio clonal de alta produtividade e ainda mais em harmonia com florestas nativas”, pontuou Marcelo Magalhães.
De acordo com Lúcio Guimarães, também especialista da UFV/MG, o resultado do teste pode ajudar a cadeia produtiva, já que, agora, os pesquisadores contam com a informação de qual o melhor clone para cada área do estado, algo vital, já que, às vezes, alguns tipos de clones não servem para determinadas áreas. Lúcio lembrou que o estudo vai ter continuidade com a realização de testes até junho de 2016.
“Nos 40 materiais testados, encontramos alguns que se adaptaram melhor em determinadas regiões. A nossa proposta agora é continuar o trabalho. Vamos implementar um segundo teste clonal, ou seja, testar em outras regiões diferentes de Alagoas. Dessa vez, serão utilizados 80 materiais genéticos, gerados a partir dos melhores clones plantados aqui. Assim, poderemos obter resultados muito mais confiáveis do que os atuais”, frisou Lúcio Guimarães.
O especialista também disse que espera que a experiência feita aqui gere novos empreendimentos de base social, desenvolvimento econômico, conservação ambiental e diversificação de produtos no estado, além de gerar matéria prima para diversas indústrias e servir de fonte de biocombustível.
Durante a tarde, os participantes da reunião visitaram o teste clonal da Usina Cachoeira. Nesta quarta-feira (03), Acelino Couto Alfenas e Sebastião Renato Valverde, da UFV/MG, darão outra palestra sobre a cadeia produtiva do eucalipto. A programação é promovida pela Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (Fiea), Sebrae em Alagoas e Triplexx Consultoria.