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Mais de mil mulheres de Alagoas morreram de Aids nos últimos 25 anos
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) inicia, nesta segunda-feira (25), a distribuição de 87 mil camisinhas femininas, cujo objetivo é frear o aumento dos casos de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs). Isso porque, nos últimos 25 anos, a Aids já vitimou 1.157 alagoanas, que poderiam estar livres da doença, caso tivessem utilizado o preservativo durante o ato sexual, com exceção daquelas que se infectaram de forma vertical ou por meio do uso de drogas ilícitas.
Adquiridas pelo Ministério da Saúde (MS) e fabricadas na Malásia, as camisinhas femininas estão estocadas na Diretoria de Assistência Farmacêutica da Sesau. Do total, 32 mil foram destinadas a Maceió e as 55 mil restantes serão entregues aos 101 municípios restantes, segundo cronograma estabelecido pelo Programa Estadual de DSTs/Aids. Para disponibilizá-las em suas unidades, as Secretarias Municipais de Saúde devem solicitá-las no Componente Especializado de Assistência Farmacêutica (CEAF).
De acordo com a coordenadora do Programa Estadual de DST/Aids, Fátima Rodrigues, a distribuição deve priorizar as mulheres que têm doenças sexualmente transmissíveis, as profissionais do sexo, usuárias de drogas e seus parceiros, além das mulheres atendidas pelo sistema prisional e àquelas que vivem e convivem com pessoas que têm doenças sexualmente transmissíveis. Em 1986, quando foi registrado o primeiro caso de Aids em Alagoas, para cada sete homens infectados, eram notificadas apenas duas mulheres. Mas, atualmente, de cada três homens contaminados, duas mulheres são notificadas, alertou.
Preconceito
Fátima Rodrigues chamou a atenção das mulheres para a importância de utilizar o preservativo feminino, já que muitos homens têm preconceito em fazer uso da camisinha masculina. Muitas pessoas reclamam da anatomia e forma, mas o preservativo feminino protege mais se comparado ao masculino, representando um instrumento de independência da mulher, que não fica na dependência do seu parceiro, ressaltou a coordenadora, evidenciando que o casal deve dialogar e entrar em consenso, antes de iniciar a relação sexual.
Ela chamou a atenção para o fato de que, ninguém que ama, propõe para o outro manter relação sexual sem primar pela prevenção. Quem ama se preserva e cuida do parceiro, por isso, não se pode ceder a nenhuma pressão, porque qualquer desconforto ainda é pequeno, se comparado aos efeitos nocivos da Aids, que ainda não tem cura e pode ser facilmente transmitida, frisou Fátima Rodrigues, ao acrescentar que a camisinha feminina também previne a gravidez indesejada, por isso, a importância de que os técnicos municipais possam estar preparados para tirar as dúvidas da população.
Como utilizar
A coordenadora estadual do Programa de DST/Aids esclareceu que a camisinha feminina chegou ao Brasil em 1997, deve ser introduzida na vagina antes das preliminares e que o parceiro deve ajudar a mulher. Primeiro a camisinha deve ser retirada da embalagem e a mulher deve segurar a argola interna com o polegar e o dedo indicador. Em seguida, a argola interna deve ser apertada e introduzida na vagina. Posteriormente, utilizando o dedo indicador, a mulher deve verificar se a argola interna está fixada no fundo da vagina, explicou.
Ainda de acordo com a coordenadora estadual do Programa de DST/Aids, a argola externa deve ficar para fora da vagina e, no momento da penetração, ela deve ser segurada com uma das mãos. Depois da ejaculação, a argola externa deve ser torcida e retirada da vagina, sendo jogada no lixo e jamais reutilizada, salientou Fátima Rodrigues, ao acrescentar que, de 1986 a junho de 2010, foram diagnosticados e notificados 3.615 casos e 1.137 óbitos por Aids, com uma taxa de incidência de Alagoas correspondente a 9,4 /100.000 habitantes.
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