A Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde (Divep/Sesau) realiza, a partir de segunda-feira (14), uma capacitação sobre diagnóstico e tratamento de acidentes com animais peçonhentos. Voltada para médicos e enfermeiros das 102 cidades alagoanas, a ação acontece no Maceió Mar Hotel, das 8h às 18h.

Os técnicos serão divididos em dois grupos, com 51 municípios em cada. O primeiro deles participa das atividades na segunda e na terça (15), enquanto o segundo será capacitado na quarta (16) e na quinta-feira (17). O objetivo do treinamento é aperfeiçoar os profissionais para que a população possa receber um melhor atendimento no caso de picadas de animais venenosos.

Segundo o responsável técnico pelo programa de Controle de Zoonoses na Sesau, Walmir Costa, é fundamental que tanto o diagnóstico quanto o tratamento sejam realizados o mais rápido possível. “O atendimento tem que ser rápido, pois, caso contrário, a situação pode se agravar e levar até mesmo a óbito, em especial no caso de crianças e idosos”, diz.

Para evitar ocorrências do tipo, os médicos e enfermeiros serão treinados para identificar incidentes provocados por cobras, escorpiões e aranhas. Além disso, a ação vai abordar ainda a identificação de picadas de insetos e outros animais, a situação epidemiológica de Alagoas e do País e a importância de notificar os casos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).

As palestras serão ministradas pela chefe da Seção de Herpetologia do Museu de História Natural da Universidade Federal de Alagoas, Selma Torquato; pelo técnico da Universidade de São Paulo (USP) Francisco França; e o coordenador nacional do Programa de Acidentes por Animais Peçonhentos, Guilherme Reckziegel. A gerente de Doenças Imunopreveníveis da secretaria, Denise Castro, também fala sobre agentes imunizantes.

Dados

Segundo o responsável técnico pelo programa de Controle de Zoonoses, nos últimos sete anos, Alagoas teve cinco óbitos causados por animais peçonhentos, a maioria envolvendo crianças em idosos. Wlamir Costa ressalta que os acidentes acontecem em todos os municípios e os mais comuns são os envolvendo cobras e escorpiões – estes últimos, representando 80% do total.

“A grande maioria não leva à morte, até porque as espécies de escorpião que temos aqui têm veneno de leve a moderado. Ainda assim, o paciente deve receber o cuidado necessário. Também é bom frisar que, em geral, os incidentes com escorpião acontecem em casa, enquanto os envolvendo cobras acontecem no mato, com caçadores e trabalhadores de plantações”, expõe.

Em caso de picada, é importante solicitar atendimento médico o mais rápido possível, lavar o local com água e sabão e manter a vítima em repouso. O membro picado também deve ficar mais elevado que o restante do corpo. Para se prevenir, a pessoa deve usar luvas de couro em atividades rurais e de jardinagem, evitar andar descalça e examinar calçados e roupas antes do uso.