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Com medo da violência, arapiraquenses adotam toque de recolher
Já foi o tempo em que Arapiraca era apenas uma pacata cidade do interior. O desenvolvimento urbano da segunda maior cidade do Estado, com seus cerca de 210 mil habitantes, trouxe com ele alguns problemas típicos das grandes metrópoles, entre eles a violência.
O proprietário de uma loja, que preferiu não se identificar, disse que nos últimos meses presenciou três cenas de furto defronte seu estabelecimento. De acordo com o comerciante, os bandidos, geralmente jovens e até menores, ficam observando as potenciais vítimas e quando as encontram, agem impiedosamente. Na semana passada um garoto furtou a bolsa de uma idosa que, desesperada, foi amparada por alguns de nossos funcionários. Ela disse que havia acabado de sacar sua aposentadoria, no valor de um salário mínimo, e não sabia o que iria fazer para pagar as contas e o aluguel da casa onde mora, frisou o comerciante.Quem anda pelas ruas de Arapiraca durante a noite, também não está livre de se transformar numa presa fácil dos marginais. Uma das táticas mais utilizadas por eles é o assalto sobre duas rodas, ou seja, os criminosos geralmente andam em dupla utilizando motocicletas ou bicicletas. Ao localizarem a vítima, é feita a abordagem, onde o carona geralmente armado – anuncia o assalto e leva todos os seus pertences.
Toque de recolher
Em alguns bairros da cidade as ruas ficam praticamente desertas a partir das 19 horas. É o chamado toque de recolher, onde as pessoas se trancam dentro de suas residências com medo da bandidagem.
Um desses exemplos é a Rua Domingos Correia, que começa no bairro São Luiz, atravessa o Ouro Preto e termina no centro da cidade, os moradores já adotaram o toque de recolher a partir das 19 horas. Quem transita por aquela via após esse horário tem a impressão de que está em uma cidade fantasma, onde não há mais ninguém morando.
A Rua Estudante José de Oliveira Leite também se transformou em zona de perigo. Já fui assaltada duas vezes nesta rua. Uma vez chegando em casa e noutra saindo. Tento resolver tudo durante o dia para não precisar sair a noite, pois essa rua virou alvo dos ladrões, disse a moradora Josimara Cordeiro que, até poucos anos atrás, costumava sentar com a família e vizinhos na calçada para conversar até altas horas da noite. Até bem pouco tempo atrás eu, minha família e alguns vizinhos ficávamos sentados horas e horas na calçada batendo papo. Hoje eu mal sei quem são meus vizinhos, lamentou a moradora.
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