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Sertão alagoano recebe mais um assentamento da reforma agrária e famílias já organizam produção

03/11/2014
Sertão alagoano recebe mais um assentamento da reforma agrária e famílias já organizam produção

A superintendente do Incra, Lenilda Lima, com o documento de imissão na posse, ao lado de trabalhadores de Curral de Fora

A superintendente do Incra, Lenilda Lima, com o documento de emissão na posse, ao lado de trabalhadores de Curral de Fora

   As 25 famílias recém-assentadas em Curral de Fora, no município de Mata Grande, já se organizam para estruturar sua produção. De posse do imóvel desde o fim do mês passado, quando o Incra recebeu o documento de emissão, os trabalhadores ainda celebram a conquista, depois de seis anos como acampados na propriedade de 442 hectares.
Nos últimos dois meses, além de Curral de Fora, o Incra criou outros três assentamentos. Na mesma cidade, outras 11 famílias já estão assentadas em Arapuá. Em Traipu, 14 famílias foram assentadas no imóvel Angico. E outras 31 famílias já estão na posse de Nova Vida, entre os municípios de Porto Calvo e Japaratinga.
A previsão da área técnica de obtenção da autarquia é de que até o fim do ano já sejam encaminhados para decreto os imóveis Lagoa dos Patos (Piranhas) e Vera Cruz (Craíbas). Em Girau do Ponciano, o Incra também vai adquirir os imóveis Sussuarana 1 e 2 e Ribeira. Cerca de 70 famílias serão assentadas nessas propriedades.
Em Mata Grande, as famílias vinculadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) estavam acampadas desde setembro de 2008. A coordenadora do MST na região, Maria da Costa, lembra que os trabalhadores chegaram a sofrer uma reintegração de posse em 2009. Ao regressarem no mesmo ano, enquanto o Incra trabalhava o processo de desapropriação, eles iniciaram o plantio mesmo como acampados.
Na festa de comemoração, era possível identificar a produção de feijão, milho, abóbora, macaxeira, além da criação de animais de pequeno porte. “Agora, esperamos os créditos para organizar melhor a produção; as famílias realizaram seu sonho de ter um pedacinho de terra e vão plantar e produzir mais ainda, porque, aqui, as famílias são muito trabalhadoras”, explica Maria. “Entrar na fazenda com o documento do Incra é motivo de muita alegria por conta da ansiedade, que era muita”.
Para a superintendente do INCRA, Lenilda Lima, que participou da entrega formal do imóvel aos trabalhadores, “é sempre especial criar um assentamento no Sertão alagoano, em razão da capacidade de luta e trabalho do povo sertanejo”. Lenilda informou que a equipe técnica da autarquia trabalhará para que as famílias sejam beneficiadas o quanto antes com créditos produtivos e para construção das casas.