Vida e Saúde

Chester é transgênico? Entenda a diferença para o frango e conheça a história do prato natalino

Criado para competir com o peru natalino, marca passou a ser comercializada no Brasil na década de 1980

Agência O Globo - 23/12/2025
Chester é transgênico? Entenda a diferença para o frango e conheça a história do prato natalino
Imagem ilustrativa gerada por inteligência artificial - Foto: Nano Banana (Google Imagen)

Com a proximidade do Natal, surge uma dúvida sobre como escolher para a ceia. O Chester , sucesso desde os anos 1980, foi criado no Brasil como alternativa ao tradicional peru natalino. Envolto em mistérios, o prato gerou diversas teorias da conspiração, mas, ao contrário do que muitos pensam, o Chester existe e resultado do melhoramento genético do frango.

O Chester é uma marca registrada — não uma espécie de ave. O nome deriva da palavra inglesa "peito" (peito). Em 1979, um executivo da Perdigão recebeu a missão de criar uma opção ao Peru de Natal, que liderasse as vendas da concorrência.

Dois técnicos da empresa viajaram para os Estados Unidos e trouxeram 11 linhagens de uma galinha escocesa para uma granja catarinense, localizada em meio a uma reserva de araucárias para garantir o sigilo e a proteção das aves. Após três anos de desenvolvimento, em 1982, o Chester foi lançado no mercado e, posteriormente, replicado por outras empresas.

“O Chester só aparece nas datas festivas porque foi criado pela indústria para competir com o Peru, que era uma ave cara. A Perdigão fez melhoramento genético no frango e criou o Chester, que é maior, embora não chegue ao tamanho do Peru. Outras empresas usam nomes diferentes, como o Siesta da Sadia, mas o conceito é o mesmo”, explica a nutricionista Priscilla Primi Hardt.

O tempo de criação do Chester é maior em relação ao frango convencional, e sua alimentação é diferenciada: obtém uma dieta balanceada, rica em vitaminas e minerais, adequada ao seu desenvolvimento. Isso resulta em diferenças de tamanho e textura da carne.

Mito do transgênico

Segundo Priscilla Primi Hardt, o Chester é fruto de melhoramento genético, mas não é um alimento transgênico .

"Selecionamos genes do frango para desenvolver mais a musculatura do peito e das coxas. Enquanto o frango comum é abatido com cerca de 30 dias, o Chester é abatido com 60 dias, o que garante um tempo de criação maior", detalha.

A nutricionista reforça que o Chester é uma opção para quem deseja economizar sem abrir a mão da tradição natalina. Segundo ela, não há motivos para preocupação quanto às modificações genéticas.

"Não há risco de ser transgênico. O Chester passa apenas por melhoramento genético, como ocorre com diversas frutas. É importante desfazer esse mito", enfatiza Priscilla.

Chester, frango ou peru?

Quanto à qualidade e ao valor nutricional, Priscilla Primi Hardt afirma que as três aves são semelhantes, e a escolha depende do gosto pessoal.

“O peru tem carne mais seca, avermelhada e, nutricionalmente, é um pouco mais gorduroso que o frango ou o Chester. Isso também varia conforme o corte: no peito, o valor calórico é bastante parecido. Do ponto de vista econômico, o Chester é mais acessível que o peru, sem perder em qualidade”, avalia.

Para a ceia de Natal, o nutricionista recomenda optar por cortes magros e preparar uma ave assada.

"Coxa e sobrecoxa são mais gordurosas. O ideal é escolher o peito, seja de frango, Chester ou peru, e sempre assar no forno. Evite frituras, pois absorvem mais óleo. O preparo assado é mais saudável e nutritivo", orienta.